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Witzel vai assumir sambódromo da Sapucaí de Crivella

Após meses de incertezas, prefeitura e estado do Rio de Janeiro anunciaram acordo para transferência da avenida antes do Carnaval de 2020

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Rio de Janeiro

Após meses de incertezas, o prefeito carioca Marcelo Crivella (PRB) e o governador fluminense Wilson Witzel (PSC) finalmente se acertaram: a gestão do sambódromo da Marquês de Sapucaí vai passar para as mãos do estado.

Ambas as administrações anunciaram nesta sexta (1º) que fecharam um acordo para a transferência da avenida já antes do Carnaval de 2020. Witzel havia manifestado o interesse em julho, mas no início de outubro a prefeitura disse ter descartado a possibilidade. Agora, acharam um meio-termo.

O pano de fundo dos debates é, de um lado, um prefeito com fama de inimigo do Carnaval por ser evangélico, já que nunca foi a um desfile e extinguiu as verbas das escolas de samba —reputação que Crivella nega. Do outro, um governador que vem se aproximando do mundo do samba já de olho no Palácio do Planalto. 

O termo de cessão será assinado na próxima semana, com três anos de duração. Mas ele não mexe na gestão da festa em si, que é da prefeitura por lei municipal: “A administração do Carnaval carioca será de responsabilidade exclusiva, direta e intransferível da prefeitura da cidade”, diz a norma.

O acordo foi a forma que eles encontraram para driblar essa lei e ajustar os interesses de ambas as partes. Em troca da cessão, a gestão Witzel vai ressarcir a gestão Crivella por obras de segurança no sambódromo exigidas pelo Corpo de Bombeiros.

A folia por pouco não foi cancelada neste ano por um pedido de interdição do Ministério Público do Rio, que alegou que a avenida não possuía a autorização do órgão para funcionar.

Como não ia dar tempo de o estado fazer uma nova licitação até o próximo Carnaval, eles combinaram que as empresas contratadas pela prefeitura já vão começar as mudanças na próxima semana, com o aval da Promotoria e da Justiça, e depois o governo ressarcirá o município.

As alterações estão previstas para o fim de janeiro e incluem melhorias nas arquibancadas, sistemas elétrico e pluvial, gradeamento e combate a incêndio e pânico. 

Elas vão custar R$ 8,1 milhões e serão pagas com as economias da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) —todo ano o governo do estado destina parte de seu orçamento para o Legislativo, e o que não é usado é devolvido.

Esse dinheiro, porém, não inclui obras maiores que vão ficar para o ano que vem, como o alargamento de saídas de emergência da avenida.

A única parte do sambódromo que não vai passar para as mãos de Witzel é o setor 11, espaço tradicionalmente da prefeitura onde a Riotur, empresa municipal responsável pelo evento, pretende receber turistas em 2020, com apresentações e uma espécie de museu do Carnaval.

Esse acordo para a transferência do sambódromo foi definido junto a um outro convênio entre as gestões Crivella e Witzel, para resolver uma rusga antiga que as duas esferas tinham na área da saúde.

O estado prometeu repassar R$ 57 milhões para investimentos e, durante um ano, mais R$ 6 milhões mensais para custeio aos hospitais Albert Schweitzer e Rocha Faria, na zona oeste da capital fluminense, que foram municipalizados em 2016.

Incertezas no Carnaval da avenida

O Carnaval da Sapucaí tem passado por incertezas desde o início da gestão Crivella, em 2017. Ele reduziu as verbas das escolas de samba a um quarto do que foi destinado pelo seu antecessor, Eduardo Paes (DEM), e neste ano resolveu retirá-las por completo.

O prefeito tem dito que a festa “é um bebê parrudo que precisa ser desmamado e andar com as próprias pernas”, ou seja, deve ser custeado apenas com recursos privados, já que cobra ingressos da plateia.

Com isso, ainda é incerto quem vai ser responsável pelos gastos com serviços como limpeza, segurança, iluminação e atendimento médico, antes pagos pelo município. A ideia é que fossem os próprios organizadores, mas as ligas de agremiações estão com dificuldades para conseguir patrocínio.

Também não está certa ainda a situação do Grupo de Acesso, aquele que desfila sempre na sexta-feira e no sábado do feriado. A Lierj, liga que reúne essas escolas, chegou a propor à prefeitura deixar de cobrar a entrada para continuar recebendo o subsídio municipal, equivalente a metade das suas receitas.

Já a terceira divisão, cujos desfiles acontecem todo ano gratuitamente na avenida Intendente Magalhães (zona norte), se deu bem. Crivella decidiu triplicar as verbas do grupo neste ano: “São o verdadeiro Carnaval do povo”, disse o prefeito.

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