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Agência Pública lança investigação participativa para apurar mortes por coronavírus

Histórias que Contam vai usar relatos de leitores para entender subnotificação de casos no Brasil

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São Paulo

Muitas são as perguntas ainda sem resposta sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil: quantas são as vítimas realmente, quem são elas, quais fatores levaram ao agravamento de sua saúde?

Para investigar as circunstâncias das mortes das vítimas do novo coronavírus, a Agência Pública inicia nesta quinta-feira (25) um projeto de investigação participativa que busca identificar as causas da subnotificação dos casos de óbito no país. Um questionário será lançado para que leitores contem histórias de familiares e conhecidos que morreram de coronavírus.

O projeto Histórias que Contam busca a ajuda do público para entender quais fatores, como cor, gênero, doenças associadas e profissão, podem ter contribuído para as mortes. O objetivo é também encontrar tendências que tenham levado o caso a não ser identificado com a doença, como ausência de teste, demora no resultado e falta de atendimento médico.

“Em um momento em que os dados oficiais não refletem a realidade e há uma angústia da população para entender e investigar o que de fato está acontecendo, podemos reunir esforços para entender a real dimensão da pandemia em seus vários problemas”, diz Anna Beatriz Anjos, repórter da Pública e uma das responsáveis pelo projeto.

Ela afirma que a ideia do projeto não é encontrar o número real de casos ou mortes da doença, mas as circunstâncias ou padrões da falta de notificação. “Sabemos que há uma subnotificação, mas precisamos entender em que situações isso ocorre, entre quais pessoas é mais comum, como essa morte é registrada."

A investigação terá como ponto de partida as informações colhidas pelo questionário, que será divulgado em todo o país. O formulário pode ser acessado em http://agen.pub/participe

“Os leitores poderão nos contar como têm sido a testagem, o atendimento médico e a documentação dos casos em seus municípios. Com essas informações, podemos encontrar tendências e entender melhor como a pandemia está ocorrendo pelo Brasil, que tem situações tão diversas”, diz Natalia Viana, diretora e cofundadora da Pública.

A investigação participativa tem sido bastante usada nos Estados Unidos, país com o maior número de casos de coronavírus no mundo, para entender as circunstâncias da pandemia. “Em uma situação com tantos problemas, com especificidades locais, a participação do leitor ajuda a encontrar falhas, tendências, histórias”, afirma Anna Beatriz Anjos.

O "engagement reporting", termo em inglês para esse tipo de apuração participativa, foi utilizado por exemplo na ProPublica, em Nova York, para identificar as condições de trabalho de médicos e profissionais de saúde durante a pandemia.

Fundada em 2011 por jornalistas mulheres, a Agência Pública produz reportagens investigativas e já venceu mais de 40 prêmios nacionais e internacionais.

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