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Descrição de chapéu Obituário Celso La Pastina (1958 - 2020)

Mortes: Nome e vida dedicados à comida e ao vinho

Celso La Pastina estampou seu sobrenome nas embalagens de cerca de 150 alimentos

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Pode ser difícil associar o nome ao rosto de uma pessoa. Mais ainda quando o nome já está associado a garrafas de azeite, a latas de tomate pelado, a potes de conserva de alcachofra, a envelopes de açafrão.

La Pastina é uma marca estampada nas embalagens de cerca de 150 alimentos destinados ao consumidor de alto poder aquisitivo. É também o sobrenome de Celso La Pastina, o importador desses artigos. Celso morreu no dia 20 de agosto, aos 61 anos, de complicações cardíacas decorrentes da Covid-19.

Nunca será possível dissociar Celso ""rosto conhecidíssimo no meio enogastronômico"" da comida e do vinho, suas grandes paixões.

"Ele tinha uma agenda com os restaurantes que pretendia visitar", conta Márcia Carcano, amiga e ex-funcionária de Celso. Márcia, que mora em Madri, representa marcas espanholas do portfólio da World Wine ""a importadora-irmã da La Pastina, que o empresário fundou em 1999 para ser referência de qualidade em vinhos. Depois do trabalho exaustivo nas feiras de vinhos, ele separava um momento para sua lista de desejos, encerrada na caderneta de restaurantes.

Em Madri, os amigos ""Márcia, Celso e a mulher Lili, mais duas vinicultoras francesas"" se encontraram no Angelita. É um restaurante especializado em vinhos naturais, mas Celso ia pelos tomates. "São os melhores da cidade, servidos só com azeite", diz Márcia.

Nesses raros momentos, trabalho era assunto proibido. Nos outros, era o que Celso sabia fazer de melhor.

Ele começou a trabalhar em 1978, aos 20 anos, com o pai, enquanto estudava administração na FGV. O italiano Vicente fundara a La Pastina em 1947, mas foi o filho que tornou a empresa uma das três maiores do ramo no Brasil.

"O Celso tinha o cérebro mais completo que eu já vi", diz Denilson Moraes, CEO do Grupo La Pastina. "Antes que eu terminasse de digitar uma conta na calculadora, ele vinha com o resultado, de cabeça."

Celso, nas palavras de Denilson, o adotou para ensinar tudo sobre vinho. O aprendiz virou braço direito e melhor amigo de Celso La Pastina.

Eles se viram pela última vez no hospital, pouco antes de Celso ser intubado. "Celebrávamos os 73 anos da La Pastina", conta Denilson. "Ele me chamou e disse: 'Faz durar cem'.".

As empresas de Celso têm hoje 400 funcionários. Além da marca própria, destacam-se no catálogo os alimentos importados com a grife Fasano e os vinhos uruguaios Garzón.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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