Mortes: Deu vida a objetos e voltou à infância com os netos
Orlando Braghirolli tinha facilidade para transformar objetos
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Nas mãos de Orlando Braghirolli, um rádio virou um pequeno ventilador, e a bicicleta que a família gosta de pedalar na praia ganhou dois pneus duplos.
Dar nova vida aos objetos era o seu talento —o que, para os familiares, o aproximava do Professor Pardal, o querido inventor da Disney.
Nascido no bairro paulistano do Brás, Orlando era o mais velho de quatro irmãos e foi o último a morrer, no dia 11 de setembro, aos 89 anos, por complicações de um AVC.
Adulto, mudou-se com a família para Santo André (ABC). Na década de 50, foi motorista de jardineira e, depois, proprietário de duas padarias.
Numa festa de São João, conheceu a esposa, Celisa Cardoso Braghirolli, hoje com 88. O casamento durou 65 anos.
A ascendência italiana deu-lhe o gênio apimentado, mas no coração levou a criança que foi, até seus últimos dias.
Nos feriados da década de 1990, a casa em Itanhaém (106 km de SP) era o palco da diversão, que começava na descida da serra, de carro com os netos, e terminava em passeios, brincadeiras e no futebol.
Um dos netos, o funcionário público Dennys Magnun Dias Braghirolli, 34, lembra o quanto seu avô gostava da companhia da família, principalmente no Natal.
“Adorava decorar a casa e colocar na árvore um bombom para cada filho, neto e amigos próximos. O chocolate só podia ser retirado após a meia-noite”, diz.
Praia e esporte eram suas paixões. Praticou corrida, ciclismo e destacou-se como goleiro no Ouro Verde Popular Futebol Clube, em Santo André.
Orlando deixa a esposa, cinco filhos, nove netos e seis bisnetos —mais dois estão a caminho e, em sua homenagem, levarão o sobrenome Braghirolli.
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