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Solidariedade

Não importa a razão, todas as formas de doação são importantes

É preciso olhar para o nosso sistema tributário se quisermos implantar uma cultura de doação consistente

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Elie Horn

Empresário, fundador do Grupo Cyrela e cofundador do Movimento Bem Maior, é filantropo e membro do The Giving Pledge

Me pediram para escrever sobre solidariedade. Tenho o meu jeito de pensar em solidariedade, que, para mim, é “fazer o bem”. Pode se pensar o conceito dentro de diferentes relações: entre irmãos, entre amigos, entre colegas de trabalho ou de estudo, entre patrão e empregado, dos mais saudáveis com os doentes, dos mais favorecidos economicamente com os menos, mas, sob qualquer ângulo que se olhe, na essência, a solidariedade está atrelada a ser bom, a fazer o bem.

Quando se diz que as pessoas devem ser mais solidárias, o que se está dizendo é que elas devem fazer o bem umas às outras. E cada uma deve fazer o bem à sua maneira. Tem gente que quer e pode doar dinheiro. Deve fazer isso de forma permanente e não ocasional. Cada um de acordo com a sua condição. Os que têm mais devem doar mais e os que têm muito mais, devem doar muitíssimo mais. Como fizeram Bill Gates e Warren Buffett ao criarem o The Giving Pledge, no qual se comprometeram a doar mais de 90% do seu patrimônio para causas sociais.

Ninguém precisa deixar de fazer ou de ter as coisas que tem, mas apenas doar uma parte do excesso que possui para que outras pessoas possam ter o mínimo.

Em um país com o nível de desigualdade social que temos, é muito importante doar dinheiro. Mas tem gente que doa trabalho, doa tempo. E isso também vale muito, pois as necessidades no
Brasil são imensas e diversas, e todo mundo tem alguma coisa que pode compartilhar, mesmo que seja conhecimento, força física ou amor.

Se é verdade que cada um deve doar o que pode, também é verdade que cada um tem sua própria razão para doar. Para alguns, a motivação é religiosa, mas não é preciso acreditar em Deus para fazer o bem. Muita gente doa porque quer construir um lugar melhor para todos aqui mesmo, e agora. A verdade é que não importa a razão, todas elas são válidas e importantes. O que não é aceitável é a omissão. É não fazer o bem, não ser solidário.

O World Giving Index, que é o levantamento mais abrangente do mundo no que diz respeito às doações, estabelece um ranking de solidariedade entre os países a partir das respostas para três questões distintas: se você já ajudou algum desconhecido que precisava; se você doou dinheiro para caridade; ou se você doou seu tempo. Em sua edição de 2019, o relatório traz um balanço dos últimos 10 anos e o Brasil encontra-se na posição 74 entre 126 países no ranking (leia mais na pág. 6). Isso nos mostra que ainda precisamos caminhar muito nesta direção.

Ninguém precisa deixar de fazer ou de ter as coisas que tem, mas apenas doar uma parte do excesso que possui para que outras pessoas possam ter o mínimo

Elie Horn

empresário e filantropo

E como podemos fazer isso?

Muitos alegam que não há incentivo para quem quer doar no Brasil e que, ao contrário, há um desestímulo, já que é um dos poucos países no mundo no qual doações são tributadas. Portanto, é preciso olhar para o nosso sistema tributário se quisermos de verdade implantar uma cultura de doação mais consistente por aqui.

Mas acredito que para além desta questão objetiva, exemplos ajudam muito: pessoas físicas, empresas, sociedade civil e governo devem praticar a solidariedade e divulgar seus feitos.

Lembrando, ao final, que a honestidade e correção são também uma forma de solidariedade. Afinal, quando agimos de forma proba, estamos respeitando os nossos semelhantes e avançando para uma sociedade mais justa e mais solidária

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