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Polícia matou 18 pessoas por dia no Brasil; RJ e BA concentram 43% dos casos

Registros caíram 1% em relação ao ano passado, aponta anuário; para especialista, câmeras ajudaram a reduzir letalidade

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São Paulo

O número de mortes causadas por policiais civis e militares no Brasil em 2022 foi semelhante ao registrado no ano anterior.

Segundo os dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 6.430 pessoas morreram pelas mãos dos agentes públicos de janeiro a dezembro do ano passado no país —uma média de 17,6 por dia. A quantidade é cerca de 1% menor aos 6.524 casos de 2021. O relatório foi divulgado nesta quinta (20).

O levantamento aponta que a maioria das vítimas é do sexo masculino (99%), negra (83%), jovem (45% tem de 18 a 24 anos) e foi morta por arma de fogo (99%).

Policial militar de São Paulo segura arma de incapacitação neuromuscular, armamento com efeito menos letal - Divulgação/Policia Militar

Em parte dos casos, os estados não identificaram se o autor é um policial militar ou civil. Quando há identificação, a ampla maioria é de militares em serviço (2.359), seguidos por militares de folga (217), civis em serviço (117) e civis de folga (19).

Além disso, 70% dos casos aconteceram em vias públicas, enquanto 16% foram registradas em residências.

Estados como São Paulo e Santa Catarina, conseguiram diminuir a letalidade policial —ambos investiram em câmeras corporais para os agentes.

Bahia e Rio de Janeiro ficaram mantiveram na liderança das mortes policiais, com 1.464 e 1.330 casos respectivamente. A dupla é responsável por cerca de 4 de cada 10 mortes causadas por policiais no Brasil. O terceiro estado com mais mortes é o Pará, com 621.

Foi a primeira vez que a Bahia assumiu a dianteira na lista, segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno. Para ela, a instalação de câmeras no formato utilizado por São Paulo é uma tática válida. Mas para alcançar resultados de longo prazo, são necessárias mais ações do poder público local.

"A tecnologia pode fazer toda a diferença, mas a decisão é política. A decisão de gravar ininterruptamente em São Paulo foi uma decisão política. Se o governo da Bahia quiser, de fato, reduzir esses índices, eles vão ter que criar um programa como fizeram em São Paulo. Um programa que cria critérios e mecanismos de controle e supervisão tão rígidos, que reduz", disse Bueno.

Segundo ela, é importante estabelecer critérios sobre como se dá a gravação, quem tem acesso à imagem e acesso para outras organizações.

Em relação a taxa de mortos por habitantes, a polícia do Amapá é a mais letal, com 16,6 mortes a cada 100 mil habitantes, seguida das instituições da Bahia (10,4 por 100 mil habitantes) e do Rio de Janeiro (8,3 por 100 mil habitantes).

O Tocantins foi o estado que conseguiu a maior redução nas mortes (-45%). Na outra ponta, o Distrito Federal registrou alta de 114% na letalidade policial (7 ocorrências em 2021 contra 15 no ano passado).

QUANDO A VÍTIMA É POLICIAL

A morte de policiais civis e militares teve uma leve alta em 2022, na comparação com o ano anterior. A contagem, porém, ficou prejudicada, já que apenas 18 estados encaminharam dados completos.

Foram 173 policiais assassinados no ano passado contra 133 em 2021. Segundo o Fórum, 7 em cada 10 agentes foram mortos durante a folga.

O estado de São Paulo concentrou a maior parte das mortes em ambos os anos tabulados. Foram 33 agentes assassinados em 2022 e 25 no ano anterior.

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