Os registros de mortes intencionais estão mais concentrados no Norte e no Nordeste, em especial na Bahia e no Amapá. Os de racismo são mais altos em Rondônia e no Amapá. O registro de feminicídio é frequente no Centro-Oeste e os índices mais elevados de ocorrências de exploração sexual infantil estão em Roraima e em Mato Grosso do Sul.
Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20) com estatísticas agregadas de secretarias estaduais de segurança pública, polícias civis, militares e federal e de outras instituições em 2022.
Confira em gráficos o comportamento de diferentes crimes nos estados brasileiros.
MORTES INTENCIONAIS
Os registros de mortes violentas intencionais caíram 2,4%. As maiores taxas estão no Amapá (50,6 pessoas a cada 100 mil habitantes), na Bahia (47,1 pessoas a cada 100 mil habitantes) e no Amazonas (38,8, na mesma proporção).
O Nordeste tem a taxa mais elevada para esse registro de crime (36,8 pessoas a cada 100 mil), seguida de Norte (36,5, a cada 100 mil).
O gráfico abaixo mostra a taxa de morte violenta a cada 100 mil habitantes, numa escala de 10 a 50, em todos os estados brasileiros. Entram no índice crimes como homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.
PRINCIPAIS CRIMES
Veja abaixo os índices de registros para morte violenta, exploração sexual infantil, estupro, feminicídio, homofobia, racismo e roubo nas 27 unidades federativas. Áreas cinzas representam indisponibilidade de dados. Segundo o Fórum, é alta a subnotificação em crimes relacionados à sigla LGBTQIA+.
CRIMES SEXUAIS E CONTRA A MULHER
Registros de estupros são mais frequentes no Norte, em especial em Roraima e no Acre, enquanto os de exploração infantil são mais frequentes no Centro-Oeste, puxada por Mato Grosso do Sul, considerando a população desses locais.
- Roraima tem as taxas mais altas de registros de estupro e de exploração infantil
- Acre está entre os estados com maior taxa de registros de estupro e de feminicídio
- Mato Grosso do Sul registra índices elevados para os três tipos de crime
- O registro de feminicídio é maior no Centro-Oeste
- O número de estupros e de estupros de vulnerável é o maior já registrado, de 74.930 vítimas
RACISMO, TRANSFOBIA E HOMOFOBIA
Os registros de crimes ligados a LGBTQIA+ têm alta subnotificação no Brasil. Dentre as informações disponíveis, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal apresentam mais casos.
Já as maiores taxas de registros de racismo estão em Amapá e Roraima. O Fórum de Segurança Pública destaca que aumentou o número de estados que produzem informação acerca das categorias desde 2018, "o que não significa que a informação produzida seja fidedigna à realidade".
"Mesmo diante da opacidade produzida pelas retificações", destaca o relatório, houve aumentos das taxas de injúria racial (32,3%) e de racismo (que cresceu 67%).
O Anuário Brasileiro de Segurança é realizado desde 2007 e produzido com dados e indicadores oficiais. Nesta edição, caiu a taxa de mortes violentas, mas cresceram todos os indicadores de violência doméstica e de violência contra a mulher.
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