Mortes: Serena e discreta, soprano manteve alegria contagiante
Marina Considera morreu em decorrência de um câncer de intestino
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A soprano Marina Considera transpirava bom humor, segundo seus amigos. Aquariana por excelência, procurava ver o melhor das situações sempre.
Dona de uma voz deslumbrante, ela não gostava de competição com colegas de profissão, lembra o agente da cantora, Vitor Philomeno.
"Ela foi uma excelente professora, uma pessoa de fácil trato, ética profissional, chegava aos ensaios pronta e com tudo decorado", diz ele.
Considera nasceu em Londres e foi criada no Rio de Janeiro. Ela se formou em canto lírico pela Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), em 2002, e fez mestrado em música pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 2006. Depois, estudou na Itália de 2007 a 2010.
O cantor lírico Homero Velho, que foi amigo de Marina por mais de 15 anos, conta que ela sempre levou a profissão muito a sério e encarava da mesma forma onde quer que fosse sua apresentação, no Theatro Municipal ou em alguma sala no Rio de Janeiro.
"Sempre perseguiu a profissão com dedicação e paixão. Estar no palco com ela era sempre uma experiência boa. Ela era séria, dedicada e tinha alegria contagiante", diz Velho.
O cantor relembra que a amiga era uma mulher alta e de braços longos, e em todas as suas apresentações ela deixava uma espécie de marca registrada quando levava os braços para trás dos cabelos: "Era o momento Marina da ópera."
Como amiga, tinha o poder de fazer com que todos se sentissem seus melhores amigos de forma natural e sem aparente esforço. "Se marcávamos algum encontro e ela não pudesse vir, a gente cancelava. Ela era a cola de todos os amigos."
A diretora cênica Julianna Santos define a amiga de forma semelhante a Homero. "Ela enxergava a vida com muita positividade e era uma amiga de conversas profundas, que via a vida sempre com beleza e criava elos entre as pessoas."
Para ela, Marina deixa de herança os elos que construiu, sendo como ponto central as amizades e união entre as pessoas. "Ela tinha uma vontade de estar junto, celebrar a vida dos amigos com entusiasmo e criava elos entre pessoas muito diferentes."
Marina podia ser expansiva e alegre entre os amigos, mas preferiu a discrição quando passou a tratar de um câncer no intestino desde 2021. Ela morreu nesta terça-feira (31) e deixa os amigos, a mãe, o pai, a irmã, os sobrinhos e o marido, Hugo, com quem começou a namorar na adolescência.
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