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Paraisópolis, em SP, recebe 1º posto de atendimento dos Correios em favelas

Além dos serviços de postagem, entrega e retirada de encomendas, vias do bairro receberam CEP

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São Paulo

A centenária comunidade de Paraisópolis recebe nesta sexta (10) um posto de atendimento dos Correios, a primeira unidade em uma favela no país, de acordo com a estatal. Com isso, os 100 mil moradores passam a contar com serviços de postagem, entrega e retirada de encomendas.

A iniciativa faz parte do projeto Correios Comunidade, que atribuiu CEP (Código de Endereçamento Postal) a 175 ruas de Paraisópolis, chegando a 300 com identificação.

O Ponto de Coleta Paraisópolis Postal fica na rua Manoel Antônio Pinto, 223 (nº 88 pela geolocalização).

Entregador em veículo da empresa de entregas comunitárias Favela Brasil Xpress, em Paraisópolis, São Paulo - Danilo verpa - 15.jul.2022/Folhapress

"Hoje rompemos a fronteira da invisibilidade e do preconceito", afirmou o presidente dos Correios, Fabiano Santos, em vídeo publicado pela companhia nas redes sociais.

Na segunda maior favela de São Paulo, a demanda é antiga. Antes mesmo da chegada dos Correios, empreendedores de Paraisópolis criaram um serviço que bateu 1 milhão de entregas em pouco mais de um ano.

Um posto oficial dos Correios na comunidade significa melhorias em logística e acesso a serviços.

"Assim como ter mercado e shopping dentro de favela permite que as pessoas não gastem com transporte ou percam tempo, a presença dessa unidade também faz isso: encurta distâncias", diz Joildo Santos, diretor do Grupo Cria de empresas de comunicação e marketing.

"São quatro bancos, mais de 60 organizações sociais, um varejista, estrutura robusta. Esse equipamento público demorou bastante, isso abre espaço e caminhos para que outras comunidades possam ter acesso, assim como tivemos a primeira unidade do Banco do Brasil."

A chegada dos Correios é bem recebida também por facilitar os negócios, que não são poucos. Segundo o G10 Favelas, grupo que reúne lideranças de comunidades de todo o Brasil, esse mercado movimenta cerca de R$ 202 bilhões por ano.

Encurtar distâncias foi um benefício literal para o videomaker Anderson Jorge, 43.

"Como sou autônomo e minha mãe é costureira, precisamos levar caixa para despachar no Morumbi ou no Brooklin, porque não temos acesso ao Correio", diz. "Se as agências estão muito cheias, vou até Taboão da Serra."

Tanto Joildo como Anderson celebram a novidade, mas cobram a chegada de outros serviços a Paraisópolis, como um hospital, reivindicado há anos.

A próxima comunidade a receber o projeto fica no Rio de Janeiro, mas o local ainda não foi divulgado, nem a data em que o serviço estará disponível. Assim como aconteceu em São Paulo, moradores de favelas cariocas também criaram serviços comunitários de entrega para suprir a falta dos Correios.

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