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Ivo Noal, apontado como o maior bicheiro de São Paulo, morre aos 88 anos

Empresário sofreu complicações em decorrência de infecção por Covid, e filhos disputam herança

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São Paulo

Morreu aos 88 anos Ivo Noal, considerado o maior bicheiro de São Paulo. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, na zona oeste da capital, e sofreu complicações de uma pneumonia bacteriana após contrair Covid-19.

A morte ocorreu no dia 12 de novembro, e o atestado de óbito foi anexado a um processo de disputa por seus bens, movido pelos filhos na Justiça de São Paulo.

Apontado como o principal banqueiro do jogo do bicho de São Paulo nos anos 1980 e 1990, Noal foi proprietário de lotéricas e da holding Vancouver, dona de empresas de compra e venda de telefones. Segundo a polícia, a família acumulava 73 imóveis em 1997.

Ivo Noal é escoltado por policiais civis do GOE (Grupo de Operações Especiais) - Paulo Giandalia - 26.out.10/Folhapress

O nome de Ivo Noal foi citado em depoimento de Lillo Rosario Lauricella —um dos líderes da Banda della Magliana, grupo criminoso italiano— à Justiça italiana em 1999.

Lauricella contou que era associado a Noal na exploração de caça-níqueis em São Paulo. Disse que pagava US$ 80 mil por mês a Noal para poder instalar as máquinas nas áreas controladas pelo empresário no centro da capital. A Justiça italiana acreditava que o negócio de caça-níqueis no Brasil era usado para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

Em entrevista à Folha na época, Noal disse que nunca conheceu Lauricella e que não tinha envolvimento no mercado de caça-níqueis.

Em 1996, a Corregedoria da Polícia Civil apurou que Noal teria obtido ganhos de até 8.675% acima da renda declarada à Receita Federal. Na época ele disse que sempre pagou seus impostos e que nunca teve problemas com a Receita.

Em 2004, Noal foi preso pela Polícia Federal após ser condenado por prática de crimes contra a ordem tributária, sonegação fiscal e por dar declarações falsas à Receita Federal.

A disputa pela herança uniu os irmãos Ricardo, Ivo e Ivone Cristina contra a irmã Sandra Regina, acusada por eles de impedir o pai de manter contato com o restante da família após ele ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral), em janeiro de 2019.

Segundo consta no processo, Sandra Regina é acusada pelos irmãos de ter se aproveitado da saúde debilitada do pai, que teve os movimentos do lado direito do corpo comprometido pelo AVC, para negociar imóveis à revelia do restante da família.

Em reação, os irmãos moveram, em março de 2021, uma ação para interditar Ivo Noal, que acabou extinta com a morte no mês passado.

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