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Descrição de chapéu São Paulo

Reclamações sobre buracos em SP sobem 25% no primeiro trimestre apesar de programa de Nunes

OUTRO LADO: prefeitura afirma que concessionárias demoram para refazer o asfalto e que tempo médio do serviço de tapa-buraco diminuiu

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São Paulo

A insatisfação dos moradores de São Paulo com buracos de ruas e com falhas na pavimentação tornou-se um desafio para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em seu último ano de gestão.

Dados da Ouvidoria da prefeitura mostram que, no primeiro trimestre deste ano, aumentou em 25% o registro de queixas por problemas com buracos no asfalto.

Foram 1.083 reclamações entre janeiro e março deste ano, ante 866 nos três primeiros meses de 2023. Ainda não há dados disponíveis de abril

Foto realizada em novembro de 2023 mostra buraco em uma das vias, a rua José Gomes Falcão na Barra Funda, fiscalizada pelos técnicos do TCM (Tribunal de Contas do Município) - Danilo Verpa - 23.nov.2023/Folhapress

A gestão Nunes afirma que a culpa pelas reclamações é das concessionárias, que demoram a refazer o asfalto, especialmente a Sabesp. A companhia afirma que atua com a prefeitura e tem melhorado a gestão do pavimento.

As queixas com relação aos buracos é a segunda no ranking da Ouvidoria neste trimestre, atrás apenas das reclamações sobre acesso ao CadÚnico, o cadastro para acessar os programas sociais.

O CadÚnico também foi o primeiro assunto da lista no primeiro trimestre do ano passado, com 1.829 ocorrências, enquanto neste ano são 2.172 reclamações —aumento de 19%.

O indicativo de como os buracos representam um transtorno para os paulistanos surge no momento em que a gestão Nunes investe na revitalização da malha viária da cidade como uma de suas vitrines para tentativa de reeleição em outubro deste ano.

Um projeto iniciado em junho de 2022 prevê recapear 20 milhões de metros quadrados até o final do ano a um custo de R$ 4 bilhões.

Esse projeto tem gerado também reclamações dos paulistanos por causa de outros transtornos. É o caso da falta de sinalização nas vias, que segue entre as principais demandas na Ouvidoria com 444 chamados nos três primeiros meses deste ano.

A Folha mostrou em março que após o serviço de recapeamento a recomposição das linhas no solo, como faixas de pedestres, divisão de fluxo e linhas de rotatórias, pode demorar meses para ser refeita.

Foto feita em março deste ano mostra cruzamento sem pintura de faixas da av. Álvaro Ramos com a rua Herval, no Belenzinho - Rubens Cavallari - 5.mar.2024/Folhapress

As reclamações por causa de buracos já haviam aumentando em 2023, na comparação com o ano anterior.

Como resposta à insatisfação dos moradores, o prefeito diz que o tempo médio do serviço de tapa-buraco, hoje, é de 7 dias após a prefeitura ser notificada. "Tínhamos um tempo médio de 121 dias em 2016. Estamos executando o maior programa de recapeamento da história, já concluímos 15 milhões de metros quadrados", disse Nunes à Folha. "A população de São Paulo está se acostumando com o asfalto de qualidade."

Uma pesquisa do Datafolha, publicada em abril deste ano, também listou os buracos como o problema mais lembrado pelos paulistanos. As entrevistas foram feitas entre 7 a 9 de março com 1.090 moradores com 16 anos ou mais.

Ao serem questionados quanto aos problemas ocorridos nos últimos 12 meses nos bairros onde residem, 84% dos entrevistados apontaram a existência de buracos no asfalto, de acordo com resultado da pesquisa estimulada —quando o entrevistador apresenta alternativas para a resposta.

O serviço de tapa-buracos já vem sendo questionado pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) pelo menos desde o final do ano anterior.

Em um relatório de novembro do ano passado, servidores do tribunal afirmaram que vistoriaram 46 buracos revitalizados e, entre as falhas, concluíram que em grande parte das obras apresentaram variação geométrica da superfície, um desnível com asfalto novo, "podendo ocasionar desconfortos na pista de rolamento, como efeito lombada", aponta o relatório.

O TCM também diz que, em 83% das intervenções, foram observados defeitos na pista e bem próximos aos espaços recém-revitalizados.

Em nota, a gestão Nunes disse que o "aumento de queixas na Ouvidoria reflete a demora no atendimento por parte das empresas concessionárias em refazer o asfalto, e na qualidade do serviço prestado por elas. Por esta razão, importante destacar que neste ano já foram aplicadas 1.277 multas, das quais 99,3% foram para a empresa Sabesp, que leva até 120 dias para executar o tapa-buraco."

"De acordo com a CET, somente entre os dias 16 de abril e 15 de maio, foram executadas as sinalizações de 148 vias da capital paulista. O processo de sinalização (pintura de solo) é iniciado assim que o de recapeamento é totalmente concluído. Esta ação, no entanto, depende da complexidade e extensão da via. Alguns fatores como as chuvas podem interferir no cronograma", completa a nota.

A prefeitura disse ainda que o aumento de reclamações sobre o CadÚnico é reflexo de um processo de cadastramento realizado pelo governo federal.

Procurada nesta sexta (31), a Sabesp afirmou, por meio de nota, que "tem melhorado a gestão do pavimento e ampliado os investimentos, atuando em conjunto com o município".

"Desde 2020, cerca de R$ 350 milhões foram investidos na infraestrutura de asfalto. Entre as mais de cem empresas que atuam no subsolo e realizam serviços com aberturas no pavimento, a Sabesp é a com maior estrutura: 80 mil km de tubulações subterrâneas na Região Metropolitana de SP", diz a nota.

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