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Contato das crianças com livros começa antes da alfabetização

Estímulo à leitura inclui brincadeiras e professoras contando histórias

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Fernando Leal
São Paulo

As escolas que têm a leitura como elemento central do projeto pedagógico são unânimes em afirmar que esta prática, necessariamente, deve começar bem cedo e de forma prazerosa. "É muito mais fácil atrair uma criança para a leitura do que um adolescente depois", afirma Silvia Adrião, coordenadora de educação infantil do Colégio Albert Sabin e diretora pedagógica da Escola AB Sabin, que atende exclusivamente os menores, de 1 a 5 anos (ambas localizadas na zona oeste de São Paulo).

Silvia conta que há uma ação intencional de resistência ao universo digital, "estimulante, mas também uma concorrência quase desleal, que rouba das crianças tempo e concentração para outras aprendizagens". A escola oferece acesso aos livros no cotidiano e, todos os dias, ao menos um momento de leitura compartilhada com a professora, sempre cuidando da diversidade de temas e autores. "Mostramos a beleza das diferenças em textos, imagens e brinquedos, por exemplo", acrescenta.

Estudantes do Colégio Magno, durante atividade de leitura na biblioteca da escola - Folhapress

Para aproximar ainda mais os pequenos do universo dos livros, há no Sabin atividades de produção de livros a partir dos quatro anos, até com conclusão de um projeto de pesquisa.

O desenvolvimento da competência leitora acontece na primeira infância (até os seis anos de idade) como atividade lúdica. O primeiro passo para que a criança se aproprie, de forma natural, tanto da habilidade de ler como do gosto pelos livros, são os momentos em que adultos contam histórias. "Depois, ao brincar de ler, apontando para o que está escrito, vai criando a relação entre escrita e fala", explica Maria José Nóbrega, professora de pós-graduação no Instituto Vera Cruz, ligado à escola paulistana de mesmo nome (localizada na zona oeste).

Concluída a alfabetização, acrescenta a especialista, é essencial que os alunos tenham tempo para desenvolver, aos poucos, a fluência na leitura de textos mais longos e complexos.

Nessa etapa, faz diferença a escolha das obras. "É fundamental que crianças e jovens possam ler livros alinhados com seus interesses, para manter o engajamento e a motivação, mas também tenham a oportunidade de explorar temas que enriqueçam suas experiências e desenvolvam novas perspectivas", destaca.

No Colégio Santa Amália Saúde, o Projeto Leitor inclui a formação de uma biblioteca de sala de aula, tempo de leitura em casa e troca de impressões entre os estudantes.

Ao longo do ensino fundamental 1, eles mantêm um mesmo caderno em que registram tanto aspectos técnicos (como autor e editora) como aqueles relacionados à interpretação dos textos, inicialmente por meio de desenhos e depois de forma escrita. "As crianças, junto com as famílias, podem constatar como progrediram e como construíram seu gosto literário", comenta a diretor pedagógica Adriane Ideta.

A diversidade de gênero e de temáticas, como estímulo ao prazer de ler, segue nos anos finais do ensino fundamental, de modo recorrente, com variadas abordagens, de acordo com a evolução na capacidade de compreensão. Isso se traduz na Diversiteca, uma iniciativa de troca de recomendações em plataforma digital. "Na adolescência vale mais a opinião dos colegas", acrescenta Adriane Ideta. É comum ainda o contato direto com autores, seja em palestras ou em rodas de conversa em sala de aula.

Em diversos colégios, o trabalho de incentivo à leitura tem o reforço de uma biblioteca que, cada vez mais, ganha um ar moderno e acolhedor e está integradas ao currículo escolar. Na Unidade Granja Vianna do Colégio Rio Branco, o projeto Leitura Surpresa foi idealizado pela equipe de bibliotecárias com o objetivo de estimular o empréstimo de obras do acervo para alunos do sexto ano do ensino fundamental ao ensino médio.

Com base somente em algumas dicas sobre o estilo da história, cada estudante escolhe o livro que vai levar para casa como próxima leitura. Dentro do pacote, que esconde completamente a capa, ele encontra um QR Code que dá acesso a perguntas sobre a obra. As respostas são expostas em um mural para que sirvam de recomendação para os demais visitantes da biblioteca.

"Temos uma cultura de acesso ao site da biblioteca com a divulgação de lançamentos, dicas culturais e empréstimo, democratizando o acesso às novas publicações, incentivando os alunos a levarem livros para casa ou a lerem nos intervalos de desconexão, que são momentos em que oferecemos alternativas ao uso do celular", afirma a diretora Carolina Sperandio.

A escola também apoia a formação de clubes de leitura e organiza saraus literários e eventos culturais com a participação de escritores, além de promover todos os anos o Festival do Livro em Família, evento destinado a engajar a comunidade escolar como um todo.

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