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Descrição de chapéu Viver alimentação

Má alimentação pode ser responsável por 7 em cada 10 casos de diabetes, diz estudo

Trabalho publicado na Nature avaliou dados de consumo de 184 países por quase 30 anos

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Gabriela Cupani
Agência Einstein

A má alimentação pode estar por trás de 70% dos diagnósticos de diabetes tipo 2, sugere um estudo americano publicado na Nature. Segundo os autores, o trabalho é um dos poucos a avaliar o impacto dos alimentos ao longo do tempo, entre 1990 e 2018.

Os cientistas chegaram a essa conclusão a partir de um modelo que cruza dados de consumo alimentar em 184 países, estimativas da incidência da doença e de como os alimentos podem aumentar o risco de desenvolvê-la. Assim, estimaram que uma dieta pouco nutritiva e equilibrada contribuiu para cerca de 14 milhões de casos em 2018.

Carboidratos refinados estão entre os principais responsáveis pelos casos de diabetes - Anaumenko/Stock Adobe

Dos 11 itens avaliados, três tiveram o maior peso no aumento da incidência global da doença: excesso de carboidratos refinados como arroz e trigo; excesso de carnes processadas; e consumo insuficiente de grãos integrais. Outros fatores, como falta de frutas, verduras, sementes e grãos, além da ingestão excessiva de bebidas açucaradas, também estão por trás dos altos índices da doença. Os mais afetados são homens jovens que vivem em áreas urbanas.

Os pesquisadores afirmam que o número é surpreendente porque estudos anteriores sinalizam que a dieta contribuiria com cerca de 40% dos casos. Para os autores, a diferença se deve à inclusão de grãos refinados na análise, um dos principais responsáveis pela doença, além de usar dados de enquetes alimentares individuais, mais fidedignas do que informações sobre cultivos agrícolas.

"Sabe-se que no diabetes tipo 2 há uma associação importante entre o fator comportamental e o genético", diz Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Em pessoas com predisposição, o consumo excessivo de certos alimentos e a obesidade favorecem a chamada resistência à insulina, que ocorre quando esse hormônio não consegue desempenhar corretamente sua função de levar a glicose para dentro das células. Assim, há um aumento da glicemia na corrente sanguínea. Em alguns casos é possível manter a doença sob controle com dieta adequada e perda de peso, mas pode ser necessário uso de medicamentos.

"Temos visto um aumento da doença em adolescentes e jovens, além das gestantes", diz Araújo. "É preciso alertar sobre os riscos da obesidade, da má alimentação e do sedentarismo, de um estilo de vida prejudicial que predispõe à doença."

Segundo os médicos, diabetes traz graves impactos na saúde, pois aumenta o risco de doença cardiovascular, insuficiência renal, cegueira, entre outras complicações.

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