Coronavírus chinês já desperta medo de contágio na Olimpíada de Tóquio
Organizadores dizem que estão trabalhando com as autoridades; Rio teve a ameaça da zika
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Uma epidemia de um novo vírus na China despertou temores de uma pandemia global, forçando o Japão a enfrentar a possibilidade de contágio em massa enquanto se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de 2020 a partir de 24 de julho.
O vírus, que matou 41 pessoas e infectou mais de mil até a sexta (24), já afetou eventos na China relacionados à Olimpíada, como o cancelamento de lutas de boxe marcadas para a cidade de Wuhan, o epicentro do surto, e mudança das eliminatórias do futebol feminino para Nanjing.
Embora o Japão tenha apenas um caso do novo vírus, o surto destaca o risco de contágio, dados os milhões de visitantes esperados para os Jogos.
“Temos que ter muito cuidado com o tipo de doenças infecciosas que aparecerão na Olimpíada de Tóquio”, disse Kazuhiro Tateda, presidente da Associação Japonesa de Doenças Infecciosas, em entrevista na quarta-feira (22).
“Nesses tipos de reuniões de massa, aumentam os riscos de doenças infecciosas e bactérias resistentes.”
Os organizadores dos Jogos disseram estar trabalhando com as autoridades. “Medidas contra doenças infecciosas constituem uma parte importante de nossos planos para sediar Jogos Olímpicos seguros e protegidos”, afirmou a Tóquio 2020 em comunicado.
Não é a primeira vez que temores de doenças rondam os preparativos olímpicos. Em 2016, o vírus da zika levou especialistas em saúde a pedir o adiamento ou a realocação dos Jogos do Rio de Janeiro, que no fim aconteceram como programado.
Em maio daquele ano, um grupo formado por 150 cientistas internacionais afirmou, em carta aberta enviada à OMS (Organização Mundial da Saúde), que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deveriam ser transferidos ou adiados em decorrência do surto de vírus da zika, "em nome da saúde pública".
O Japão elevou na quinta-feira (23) seu nível consultivo de doenças infecciosas para Wuhan, orientando os cidadãos a evitar viagens não urgentes.
Até recentemente, as autoridades de saúde japonesas estavam mais preocupadas com o reforço das vacinas de rotina antes da chegada de visitantes estrangeiros no verão. Uma política fragmentada nas últimas décadas deixou grandes porções da população japonesa desprotegidas contra doenças comuns.
Surtos de rubéola, que podem causar defeitos congênitos, levaram autoridades a alertar as mulheres grávidas sobre a viagem ao Japão. Antes da Olimpíada, o Ministério da Saúde oferece vacinas a homens de meia-idade que ficaram de fora da vacinação para rubéola nas décadas de 1970 e 1980. O Japão também não tem vacinação obrigatória para caxumba.
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