O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta nesta quarta-feira (8) que trará pacientes do interior, principalmente da região de Campinas, para serem atendidos no Hospital de Campanha do Ibirapuera, na capital.

A informação foi dada no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona oeste de SP, durante a 87ª coletiva de imprensa sobre medidas relacionadas ao coronavírus.

Após o coronavírus se estabilizar na Grande São Paulo, a doença avançou sobre o interior, hoje em sua maioria na fase mais restrita do plano de flexibilização. Principalmente em Campinas, os hospitais passaram a ter índices de lotação preocupantes.

O governo estudava levar a estrutura do Hospital de Campanha do Pacaembu (hoje desativado) para Campinas, uma das regiões mais afetadas pelo coronavírus no estado. No entanto, ao fim, considerou mais barato usar a estrutura já montada.

A partir de agora, a unidade estadual passa a receber preferencialmente pacientes da região de Campinas e também de outras regiões do interior do estado de SP.

"Não há necessidade de montar um hospital de campanha em Campinas, se nós temos um hospital de campanha montado em boas condições. É mais barato e eficiente providenciar transporte e ambulâncias com UTI e abrigar no Ibirapuera", disse Doria.

Campinas teve que regredir à fase vermelha da flexibilização, que proíbe todos os estabelecimentos que não sejam essenciais de funcionar. O socorro à região era uma demanda de prefeitos.

A transferência dos pacientes será feita por meio de ambulâncias das prefeituras da região de Campinas.

“Quando [a Grande] São Paulo passou pelo apuro Campinas socorreu. Eu recebi muito paciente de Ferraz de Vasconcelos, Franco da Rocha. Agora, o que eu estou pedindo para o estado? Uma reciprocidade", afirmou o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), à Folha na última semana.

No estado, a taxa de ocupação das UTIs é de 64.5%. Na Grande São Paulo, é de 63,5%

São Paulo atingiu 16.788 óbitos e 341.365 casos confirmados de coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram 313 mortes.

Em momento em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz campanha do uso da cloroquina, por meio do próprio tratamento contra corovírus, o centro de contingência contra o coronavírus afirmou que notas técnicas contraindicam o uso de cloroquina em casos leves. "Não há nenhuma evidência da eficácia desse medicamento e há risco de efeitos colaterais", afirmou o coordenador do comitê, o médico Paulo Menezes.

Doria voltou a desejar melhoras ao presidente, embora com um tom crítico. "Desejo que o presidente saia dessa recuperação como uma pessoa melhor", disse.