Dinamarqueses poderão 'furar fila' se optarem por vacina da AstraZeneca
País desistiu de aplicar fármaco em seu programa público de imunização, mas permitirá aplicação no setor privado
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Primeiro país europeu a desistir das vacinas AstraZeneca e Janssen em seu programa de imunização, a Dinamarca vai agora permitir que seus cidadãos a recebam no setor privado, se quiserem ser vacinados antes de sua vez no cronograma oficial. No momento, o país está imunizando quem tem 55 anos ou mais.
O país suspendeu o uso da AstraZeneca em março e em abril abriu mão definitivamente de usar tanto esse fármaco quanto o da Janssen, por causa do risco de acidentes vasculares cerebrais extremamente raros ligados a essas duas vacinas —que usam tecnologia semelhante. Estudo dinamarquês-norueguês apontou um caso a cada 40 mil vacinados com a AstraZeneca.
Ambos os imunizantes são, porém, aprovados pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que consideram que seus benefícios —ao evitar casos graves ou mortes por Covid-19— superam os riscos.
A vacinação opcional continuará gratuita, mas será preciso fazer uma consulta médica e assinar um consentimento se declarando ciente dos riscos desses dois imunizantes. Segundo a imprensa dinamarquesa, no primeiro dia mais de 10 mil pessoas se inscreveram para receber as injeções.
De acordo com dados do centro europeu de controle de doenças (ECDC), a Dinamarca teria em estoque pouco mais de 50 mil doses de imunizantes da AstraZeneca. No mês passado, ela anunciou que emprestaria vacinas ao estado alemão vizinho de Schleswig-Holstein. Outros países europeus também tinham se mostrado interessados em comprar as ampolas retiradas do programa de vacinação.
A vacinação pública da Dinamarca usa os produtos da Pfizer/BioNTech e da Moderna e, de acordo com o governo, administrou ao menos uma dose em cerca de 30% da população. Os totalmente vacinados são cerca de 19%.
Com a imunização retardada pelas barreiras aos imunizantes da AstraZeneca e da Janssen, a Dinamarca montou um esquema de vacinação em massa para se tornar um dos primeiros países europeus a retomar praticamente todas as atividades. Apenas casas noturnas seguem fechadas.
A nova regra entrou em vigor nesta quinta (20), mas sua aplicação na prática ainda depende de contratos entre o governo e as clínicas. Empresas de saúde privada ouvidas por jornais nacionais afirmaram não saber ainda quanto receberão pelo serviço.
No Brasil, a vacina da AstraZeneca integra o programa de imunização do governo federal (no dia 10 de maio, a Anvisa suspendeu o uso em grávidas, para investigar efeitos colaterais).
No total, considerando vacinas da AstraZeneca, da Sinovac e da Pfizer, cerca de 25% dos adultos brasileiros (mais de 40 milhões de pessoas) receberam a primeira dose. Os totalmente vacinados são 13% dos adultos (mais de 20 milhões).
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