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Butantan cria comitê para estudar produção de vacina contra varíola dos macacos

Grupo de especialistas vai avaliar fabricação de imunizante em razão do crescente número de casos no país

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São Paulo

O Instituto Butantan, de São Paulo, criou um comitê técnico para estudar a produção de vacinas contra a varíola dos macacos. Segundo o órgão, a decisão ocorre por haver "iminência de um possível surto da doença".

Até domingo (3), o país tinha 76 casos confirmados da doença, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, o Brasil não possui vacinas contra a varíola.

A portaria de criação do comitê no Instituto Butantan diz que "se nota uma crescente incidência de casos e surtos relatados, o que está levantando preocupações sobre a disseminação futura da doença".

Tubos para teste de varíola dos macacos - Dado Ruvic/Reuters

O comitê, formado por nove especialistas, tem como atribuições assessorar a entidade para uma "eventual produção da vacina". Eles vão conduzir estudos e propostas sobre a viabilidade da produção.

O Butantan fez vacinas contra a varíola humana, causada pelo vírus smallpox, na década de 1970, mas a produção foi encerrada quando a doença foi considerada erradicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A varíola dos macacos é provocada pelo monkeypox, outro vírus do gênero Orthopoxvirus.

"O Butantan tem experiência na produção de vacinas contra a varíola, apesar do vírus atual ser diferente do que circulou no passado. A tecnologia para a produção da vacina é diferente, por isso, a necessidade de começar a nos preparar", disse Dimas Covas, diretor do instituto.

Segundo Covas, a criação do comitê é uma medida preventiva, já que a OMS ainda não tem uma política definida sobre a necessidade de vacinação contra a doença.

"É uma situação ainda desconhecida, não sabemos o tamanho que pode chegar. Mas o Butantan precisa estar preparado para uma eventual necessidade futura de vacinação. Muitos países já estão se preparando para essa possibilidade e nós também precisamos estar atentos", disse.

Atualmente, segundo Covas, há apenas três produtores da vacina contra a varíola dos macacos no mundo. A pouca capacidade de produção da vacina para barrar a transmissão do vírus é um aspecto que preocupa especialistas.

A OMS pediu na última sexta-feira (1º) uma ação urgente na Europa para conter a propagação da varíola dos macacos. Segundo a entidade, foram registrados 5.322 da doença em mais de 50 países —a maioria deles em território europeu.

A organização, contudo, decidiu ainda não classificar a varíola dos macacos como emergência sanitária global.

Um dos pontos ainda em avaliação pela OMS é como o vírus se propagou tão rápido em diferentes países –fora da África, onde a doença é endêmica, esse é o maior surto já visto.

No Brasil, o primeiro caso foi registrado em 8 de junho, em São Paulo, em um homem de 41 anos que viajou para Espanha e Portugal. Em menos de um mês, o número de casos no país passou para 76.

Como não há vacinas no país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta estava em contato com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) para avaliar compras de doses, mas ainda em avaliação.

A transmissão da varíola dos macacos ocorre por meio de contato próximo. A infecção pode ser por vias respiratórias, mas é preciso contato face a face perto por tempo prolongado.

Outra forma de infecção é por meio das feridas, parecidas com bolhas, que a varíola dos macacos causa na pele. Febre e dores no corpo são outros sintomas da doença.

Diminuir a transmissão envolve principalmente isolamento dos casos suspeitos e confirmados.

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