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Descrição de chapéu Tóquio 2020 taekwondo

Débora Menezes passou por vários esportes antes do taekwondo paralímpico

Atleta praticava a modalidade como hobby e agora briga pelo ouro nos Jogos de Tóquio

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Júlia Belas
São Paulo

Quando Débora Menezes fala sobre a estreia do taekwondo em Paralimpíadas, ela fala sobre planejamento. A atleta é a segunda melhor do mundo na categoria acima dos 58 kg na classe K44. Ela garante que a receita do sucesso foi uma preparação planejada nos mínimos detalhes.

A atleta nasceu com uma má-formação abaixo do cotovelo direito. Ela descobriu o esporte paralímpico na reta final da graduação em Educação Física e aproveitou o conhecimento sobre a formação esportiva para a própria carreira.

A paulistana de 31 anos sempre sonhou em fazer parte da seleção brasileira. Por anos, Débora passou por diversos esportes. Foi jogadora de futsal por 12 anos, praticou vôlei sentado e atletismo.

“A prova com que eu mais me identifiquei foi o lançamento do dardo. Eu tive uma passagem bem breve, de seis meses, mas que me mostrou o que eu podia fazer dentro do esporte com a minha dedicação.”

Débora começou a praticar o taekwondo como hobby, até receber o convite para se dedicar ao alto rendimento - Daniel Zappe/Exemplus/CPB

O taekwondo era um hobby, até que em 2015 ela foi convidada a se dedicar ao alto rendimento. Na época, o esporte nem era parte do programa paralímpico. A esperança de Débora era competir no atletismo nas Paralimpíadas do Rio-2016, mas a prova na sua categoria não entrou no programa.

Após o convite para integrar a seleção do taekwondo, a atleta e sua equipe montaram um planejamento detalhado para garantir a classificação pelo ranking mundial.

“Desde o começo, a gente já sabia onde queria que eu estivesse em determinado ano. Cada ano que passou, 2017, 2018, 2019, a gente plantou no nosso planejamento”, contou ela em entrevista à Folha.

Débora entende que já esteja fazendo história pela sua classificação aos Jogos de Tóquio, mas se mantém focada para que todo o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos seja coroado com uma medalha paralímpica.

“Vamos tentar arrebentar e trazer essa medalha de ouro. Trabalho por ela durante todos esses anos. Trabalho todos os dias com a equipe da seleção e com a minha equipe pessoal na busca da medalha. São vários profissionais que trabalham em prol de um único objetivo.”

O ano de 2019 foi o ano em que Débora conquistou a vaga nas Paralimpíadas. Logo depois, sofreu uma lesão no joelho que arriscou todo o planejamento. Após a prata nos Jogos Parapan-Americanos, em Lima, sua preparação para Tóquio-2020 foi interrompida.

Débora Menezes com a medalha de prata conquistada nos Jogos Parapan-Americanos de Lima em 2019 - Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB

O adiamento dos Jogos devido à pandemia da Covid-19, um fator imprevisível no início do ciclo paralímpico, deu a Débora tempo para que conseguisse se recuperar. Ela conseguiu intensificar os treinamentos e se mudou para Curitiba para seguir a preparação com o treinador da seleção brasileira.

“A gente fez várias avaliações, testes, para ver como estava o trabalho que estávamos executando de acordo com o planejamento, e estávamos no caminho certo”, contou. Ela comemora que agora esteja 100% preparada fisicamente e mentalmente para a competição.

O último teste antes das Paralimpíadas foi o Campeonato Pan-Americano de Parataekwondo, no México, em junho de 2021. Débora chegou à final. Ela vencia a mexicana Daniela Andrea quando, em um chute, sofreu uma pancada e teve que abandonar a luta. Mas ela garante que o desempenho provou que está na briga pelo ouro.

“Eu tive uma trombada de perna com a minha adversária e, infelizmente, não consegui lutar o último round. A pancada no joelho foi muito forte. Mas a performance no evento inteiro, desde as primeiras lutas, foi excelente”, avalia.

O fato de disputar um esporte debutante em Paralimpíadas é motivo de orgulho para ela. Na quinta-feira (2), Nathan Torquato já buscou a primeira medalha de ouro para o Brasil na modalidade. Agora, Débora busca o mesmo sucesso e seu lugar na história dos Jogos.

“Com muito trabalho, a gente vem conquistando alguns feitos inéditos. Eu sou a atual campeã mundial. Silvana e Nathan são campeões pan-americanos, então temos a capacidade de ir cada vez mais longe. Este é o primeiro ciclo de muitos.”

O torneio paralímpico do taekwondo na categoria acima dos 58 kg será realizado no Makuhari Messe Hall B, em Tóquio. A competição terá início às 22h (horário de Brasília) de sexta-feira (3).

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