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A volta olímpica... no Sena

Rio que corta Paris recebeu provas de natação nos Jogos de 1900 e volta ao programa olímpico como protagonista

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Paris

Antes de pensarem em construir o Titanic, o rio Sena já era olímpico. Foi lá que aconteceram as provas de natação nos Jogos de 1900, realizados em Paris por conta da Exposição Universal, e quem organizava a feira mundial, ganhava de brinde uma Olimpíada.

Reza a lenda que a feira foi um sucesso; os Jogos, nem tanto.

Sete provas foram disputadas no Sena, e a preferida deste escriba é a extinta 200 m com obstáculos (passavam por cima e por baixo de embarcações; cadê o Youtube quando a gente precisa?).

Embarcação cruza o rio Sena com a Torre Eiffel ao fundo, em Paris - AFP

Depois de 124 anos, o Sena volta aos Jogos como protagonista. A cerimônia de abertura em 6 km do rio deve entrar para a história como um dos momentos mais icônicos dos Jogos modernos, como o arqueiro acendendo a pira olímpica em Barcelona-1992, James Bond chegando de paraquedas com a rainha Elizabeth 2ª, em Londres-2012, ou a espetacular festa no belo Ninho do Pássaro, em Pequim-2008.

Depois da cerimônia de abertura, vão passar por lá as provas de triatlo e da maratona aquática. E só às vésperas da festa a prefeita Anne Hidalgo finalmente cumpriu sua promessa e nadou nas águas do rio, que poucas semanas antes ainda apresentavam níveis de poluição. Isso depois que a população francesa já bufou (franceses bufam muito), irritada com os gastos que superam 1,4 bilhão de euros (R$ 8,5 bilhões) para a despoluição do rio.

De volta ao copo meio cheio do Sena (sem a água do rio, claro): é comum ex-atletas olímpicos lamentarem que não dá para ver as belezas da cidade-sede dos Jogos. Suas vidas se resumem muitas vezes à arena da competição, Estádio Olímpico, vila e olhe lá. Pois em Paris-2024, esses problemas acabaram.

O passeio nos 6 km do rio passa por vários pontos turísticos da capital francesa. Serão cerca de cem barcos com as delegações, partindo da ponte de Austerlitz, ao lado do Jardin des Plantes, e chegando a ponte d’Iéna, que liga a Torre Eiffel ao Trocadéro.

No passeio de barco, atletas e espectadores pela TV vão passar pelas duas ilhas famosas da região turística (Île Saint Louis e a Île de la Cité), incluindo pontos como a Catedral de Notre-Dame (coberta no lado do rio um banner gigante enquanto passa pelo processo final de reconstrução) e os museus do Louvre e Orsay. Também é possível avistar partes de algumas das arenas olímpicas, como a Place de la Concorde (casa dos esportes radicais) e o Grand Palais (que terá esgrima e taekwondo).

Alguns dos quais (cais inferior do Sena), normalmente lotados no verão, estão equipados com arquibancadas, que estarão lotadas de espectadores abastados (o ingresso para a abertura costuma ser o mais caro de qualquer Olimpíada).

São pontos cheios de referências cinematográficas. Sob a ponte de la Tournelle, por exemplo, Goldie Hawn flutuou enquanto dançava com Woody Allen em "Todos Dizem Eu Te amo"; já Ethan Hawke e Julie Delpy tiveram uma gostosa conversa amorosa com cara de DR em "Antes do Pôr do Sol".

Na famosa pont des Arts, Big e Carrie finalmente tiveram seu desfecho romântico no episódio final da série "Sex and the City". Sem falar na ponte Alexander 3º, uma das mais belas da cidade, que terá uma das principais arquibancadas da abertura.

Por sua vez, a Netflix, que não é muito fã da política cultural francesa com o streaming, fez sua homenagem ao Sena às vésperas dos Jogos: no filme "Sob as Águas do Sena", um tubarão (seguido por muitos tubarões) invade a água doce do rio para provocar uma carnificina em um evento teste olímpico.

Vale a pena não ver.

E o turista que passar por Paris pode fazer trajeto semelhante ao dos atletas, e em dobro. Barcos de empresas como Vedettes de Paris fazem percurso semelhante, mas com a saída perto do que é a chegada olímpica, saindo debaixo da ponte d’Iéna e chegando quase na Austerlitz, do outro lado, e depois fazendo o retorno, no sentido olímpico. Dá até para acenar olimpicamente para o pessoal do cais.

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