Siga a folha

Eventos olímpicos são diversão garantida mesmo sem sanduíche de pernil

Esqueça a ideia de tentar economizar no entorno das arenas, mas a experiência vale a pena

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Paris

Assistir a um evento ao vivo nas Olimpíadas é diversão garantida, uma vez que você está dentro da arena. Se tiver a França envolvida, então, é cheia de "allez, les bleus" e "Marselhesa".

Da saída do metrô até a chegada ao setor em que está localizado o assento, são muitos os voluntários que passam pelo caminho do público orientando direções e o local correto para cada um.

Para chegar até a arena esportiva, no entanto, alguns perrengues são inevitáveis. Todos os portadores de ingressos recebem um email da organização na véspera com vários avisos, incluindo o que pode levar, o que não pode, quantidade de água e, o principal deles, "chegue com antecedência, recomendamos uma hora e meia antes do início da sessão".

Tanto tempo pode parecer exagero, mas não é. Desde antes do início dos Jogos Olímpicos, a segurança sempre foi um ponto nevrálgico para o governo francês. E ainda está fresca na memória as falhas da organização na final da Champions League entre Real Madrid e Liverpool, em maio de 2022.

Arena do vôlei de praia em frente à Torre Eiffel, em Paris - Reuters

Assim, a revista para os eventos olímpicos é reforçada. No mesmo Stade de France era preciso passar por uma primeira barreira de checagem antes mesmo da revista. Depois que os ingressos são comprovados, via QR Code (não há tíquetes em papel), um segurança pede para abrir a bolsa e até beber um gole da própria água (limite de 700 ml) —algo que parece exagerado, mas é comum em eventos de grande porte na Europa.

Esqueça a ideia de tentar economizar com o refrigerante do mercado, ele é confiscado. Mesmo estando a dez metros do estande que vende a mesma marca dentro da arena. Ali, pode.

Nesta terça (30), a reportagem chegou apenas 40 minutos antes da primeira sessão de partidas marcadas para começar ao meio-dia em Roland Garros. Como resultado, as filas se aglomeraram na entrada. Uma caminhada de três minutos demorou mais de meia hora, causando o atraso de muitos torcedores no início do jogo da Philippe Chatrier —derrota de Coco Gauff para a croata Donna Vekic.

Dentro das arenas, tudo funciona bem, considerando que estamos em estádios de futebol —como de hábito, as filas nos banheiros femininos eram bem maiores que nos masculinos.

Na parte do entretenimento, a organização tenta distrair o público (que entrou bem antes) como pode. O telão de todas as arenas usa o intervalo para mostrar cenas dos Jogos de 1924, há cem anos, também realizados em Paris. Integrando o revival, são apresentadas pelo autofalante figuras da época, como o barão de Coubertin, que interage com a plateia.

No primeiro dia olímpico, com 12 partidas de rúgbi 7 no Stade de France, DJs buscavam manter o público vibrando com a "dance cam", que flagrava o público dançando ao som de hits mundiais.

Phryges, a mascote oficial dos Jogos, sempre dá as caras também, causando frisson na criançada —é muito comum encontrar famílias com crianças na torcida.

No Parc des Princes, no dia da derrota do Brasil para o Japão no futebol feminino, dois apresentadores tentavam puxar gritos animados dos torcedores das duas seleções (sem muito sucesso). Apesar de muitos brasileiros no estádio do Paris Saint-German, a torcida local tem sido a maioria de praticamente todos os eventos. Era possível ver uma criança francesa, por exemplo, com dois cartazes feitos à mão, uma com a bandeira do Brasil e outro com a do Japão.

E os franceses têm abraçado todas as torcidas. No dia do rúgbi 7, com 12 nações entrando em campo, incluindo a da casa, todas ganharam aplausos —exceção da Argentina, que virou vilã em Paris depois da comemoração racista dos sul-americanos na final da Copa América.

A única falha detectada em três dias diferentes de competição foi quando colocaram a bandeira da Espanha na entrada do Japão.

Ninguém vende sanduíche de pernil no entorno. Só vai dar para comprar comes e bebes no interior do estádio mesmo, com filas que não são pequenas, mas andam com bom fluxo.

Na hora de ir embora, saídas e caminhos para o metrô estão bem sinalizados. Na dúvida, os voluntários estão lá para auxiliar o público. Com o calor senegalês em Roland Garros nesta terça, eles inclusive entregavam garrafinhas d’água na entrada do metrô, com sorriso francês no rosto.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas