Ao falar sobre Biles, Rebeca vislumbra a própria aposentadoria

Indagada sobre uma ginástica sem americana, brasileira mostra tranquilidade ao falar sobre um dia parar

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São Paulo

"É algo que orgulha a todos que amam a ginástica, que amam o esporte. E é uma honra poder competir ao lado dela, torcer por ela." Rebeca Andrade não poupou elogios a Simone Biles, a rainha da noite em que o Brasil ganhou sua primeira medalha por equipes na ginástica, nesta terça-feira (30), em Paris. E foi além. Ao responder uma pergunta sobre o futuro da ginástica artística sem a americana, oito medalhas olímpicas e contando, uma das maiores atletas olímpicas da história, vislumbrou a própria aposentadoria do esporte.

"A Simone é referência para o mundo todo. Não só para a ginástica, mas para muitos atletas. Poder assistir, ver como ela compete e principalmente como está feliz aqui dentro, sabe? É muito gratificante", disse Rebeca, 25, dois anos mais nova que a multicampeã, em conferência de imprensa após o bronze.

A equipe brasileira de ginástica, bronze nas Olimpíadas de Paris, formada por Flávia Saraiva, Receba Andrade, Lorrane dos Santos, Jade Barbosa e Julia Soares, exibe as medalhas
Da esq. para a dir., a equipe de ginástica que levou bronze nas Olimpíadas de Paris: Flávia Saraiva, Receba Andrade, Lorrane dos Santos, Jade Barbosa e Julia Soares - Loic Venace - 30.jul.2024/AFP

O discurso elogioso então caminhou para uma tranquila reflexão sobre parar. "Eu também não sei muito como vai ser quando ela não estiver mais aqui, porque eu também não sei se eu estarei aqui, né? Mas vamos continuar sempre torcendo por todas as meninas." Diante da reação dos jornalistas, brincou: "Assustou?"

"É isso. Uma hora o esporte encerra, faz parte da vida, é um ciclo. Eu aceito isso super bem. Vamos ver o que o futuro vai preparar pra gente, espero que a gente continue sendo referência", declarou a ginasta, que ainda disputa mais quatro finais nos Jogos de Paris-2024.

"O futuro a Deus pertence. Eu falo assim porque realmente, para mim, é muito difícil fazer individual geral depois de tantas lesões", disse, desfiando a quantidade de problemas físicos que a atividade lhe impõe.

"Enquanto meu corpo aguentar, eu vou estar aqui. Pode ser que eu não faça todos os aparelhos. É importante preparar também os fãs, porque quando a gente se despede é muito difícil", disse, sem responder exatamente se tinha planos preparados para a aposentadoria.

Rebeca, também com tranquilidade, refutou qualquer tipo de rivalidade com Bilas. "Internet é meio louca, a gente não dá Ibope para isso. Eu mesma, principalmente em momentos assim, Mundial, Olimpíada, eu não fico muito no celular. A minha cabeça está no meu foco, que é fazer o meu melhor ali."

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