Lorrane Oliveira, medalhista de bronze na ginástica, perdeu irmã antes das Olimpíadas

Atleta ainda enfrentou lesões e depressão na preparação para Paris-2024

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São Paulo

Muitas peças importantes tiveram que ser encaixadas para a equipe de ginástica artística do Brasil garantir sua primeira medalha em Jogos Olímpicos. Uma delas é Lorrane Oliveira.

A atleta de 26 anos se destacou nas barras assimétricas, o aparelho em que tem uma das melhores séries, o que ajudou o time a ganhar o bronze na competição nesta terça-feira (30). Com as outras ginastas, ela vem em uma sequência de vitórias históricas, como a prata no Mundial em 2023.

Ginasta Lorrane Oliveira celebra conquista de bronze do Brasil na competição por equipes nas Olimpíadas Paris-2024
Ginasta Lorrane Oliveira celebra conquista de bronze do Brasil na competição por equipes nas Olimpíadas Paris-2024 - Gabriel Bouys/AFP

Em abril deste ano, meses antes das Olimpíadas e quando se preparava para a competição, Oliveira perdeu a irmã mais nova, de 21 anos.

"Eu tô completamente sem chão, e procurando maneiras pra entender como vou seguir minha vida sem você", escreveu ela. "Te agradeço por me fazer enxergar a vida de outra maneira, por me ajudar a me tornar a mulher mais forte que sou hoje e por ser minha fã número 1."

De luto, ela seguiu a preparação para as Olimpíadas. Ao saber do resultado na final, chorou.

Ao longo da preparação para os Jogos, Oliveira também enfrentou uma depressão. "Não temos apenas a vida de ginasta, temos uma vida fora daqui. Tive problemas fora do ginásio e estava muito desanimada para treinar. Tive depressão", disse em entrevista ao UOL antes de Paris.

Ela contou que não conseguia treinar e que tinha crise de ansiedade. Teve apoio da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e Comitê Olímpico do Brasil (COB), além de psicóloga e médicos.

Oliveira nasceu no Rio de Janeiro, em 1998. Começou as acrobacias aos sete anos no circo, quando seus pais a colocaram em um projeto de uma ONG, pois eles não tinham condições financeiras de colocá-la na ginástica artística. A inspiração surgiu ao ver Daiane dos Santos competir no Mundial de 2003.

Cerca de dois anos depois ela fez um teste para treinar no Flamengo e desde então ascendeu no esporte. No clube ela está ao lado de Rebeca Andrade, Jade Barbosa e Flávia Saraiva.

Uma de suas primeiras grandes competições foi o Sul-Americano Júnior de 2013, quando conquistou medalha de ouro com a equipe brasileira e empatou com Saraiva na medalha de ouro individual geral. Na mesma competição, ganhou a medalha de ouro no solo e prata no salto e nas barras assimétricas.

Oliveira começou nas competições seniores em 2014, nos Jogos Sul-Americanos, onde ganhou ouro por equipe. Na mesma época, sofreu com lesões. Deslocou o ombro, o que a fez passar por duas cirurgias e só voltou a competir no ano seguinte.

Em 2016, nas Olimpíadas do Rio, não estava em seu melhor momento devido a uma lesão no pé. No mesmo ano, em dezembro, nova cirurgia e a incerteza sobre o futuro na ginástica. Em 2017, foi ao Sul-Americano, mas depois parou de treinar por causa de mais uma lesão, dessa vez nas costas.

Oliveira tomou a decisão de continuar, treinar e buscar mais vitórias. Ao todo, em diversas competições, tem sete medalhas de ouro, sendo quatro em equipe, duas pratas por equipe e quatro de bronze por equipe.

Nas redes sociais, além de publicar sua rotina de treinos e poses na praia, a ginasta posta muitas fotos e vídeos ao lado de Rebeca, que chama de gêmea e dupla.

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