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Imane Khelif é vítima de uma luta de poder, diz treinador da argelina

Mohamed Chaoua espera que a resposta à polêmica venha com o ouro; a boxeadora volta ao ringe nesta terça (6) pela semifinal do peso meio-médio

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Layli Foroudi Ashraf Hamed Atta
Paris | Reuters

Imane Khelif, 25, a boxeadora argelina lançada ao centro de uma polêmica sobre gênero nas Olimpíadas de Paris, trabalhou duro para alcançar seu nível e é vítima de uma luta de poder pelo controle do esporte, disse seu treinador neste terça-feira (6).

Khelif está banida pela Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês) de competir em torneios femininos sancionados pela entidade, que afirmou que a atleta não passou em um teste de elegibilidade de gênero.

Ela conseguiu participar de Paris-2024 depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou da IBA, em 2023, o status de órgão responsável pelo esporte e assumiu o controle da organização do boxe nos Jogos.

Imane Khelif comemora após vencer quartas de final contra a húngara Anna Luca Hamori of Hungary - Reuters

A confusão em torno da boxeadora eclodiu depois que sua oponente italiana Angela Carini desistiu do confronto após 46 segundos de luta, válida pelas oitavas de final da categoria peso-médio (até 66 kg), em que foi alvo de uma série de socos.

"Trabalhamos duro nos últimos dois anos", disse Mohamed Chaoua, que treina Khelif desde sua adolescência. "A medalha de ouro é a melhor resposta a essas pessoas."

Ainda nesta terça, Khelif volta ao ringue para enfrentar a tailandesa Janjaem Suwannapheng, de quem venceu no Campeonato Mundial da IBA em 2023 antes de ser desqualificada. A luta está marcada para as 17h34, no horário de Brasília.

Segundo Chaoua, a polêmica teve grande impacto em Khelif. "Imane foi muito afetada por essa situação. [Ela disse] 'Por que eu?'," contou. "Ela não se rendeu a essa campanha [de abuso]. Ela lhes deu uma lição de ética."

Em uma entrevista coletiva caótica realizada nesta segunda-feira (5), a IBA afirmou que Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting foram desqualificadas do Campeonato Mundial de 2023 após um teste de cromossomos sexuais considerá-las inelegíveis.

O COI diz que a IBA é uma organização desacreditada, envolta em opacidade financeira e comprometida por laços com o governo russo. A coletiva da IBA foi uma evidência de que o órgão não estava apto para administrar o boxe e que um novo órgão governante para o esporte precisava surgir, segundo a entidade responsável pelos Jogos.

Além disso, o COI argumenta que os testes genéticos impostos a Khelif e Lin foram realizados sem o processo correto e foram falhos.

Luta entre Khelif e a italiana Angela Carini, que se recusou a cumprimentar a argelina após a derrota - Reuters

"Imane é uma mulher", disse Chaoua, acrescentando que ela era como uma filha para ele.

Chaoua conheceu Khelif em 2015 em sua cidade natal, Tiaret, ao norte da Argélia, e teve que convencer seu pai a deixá-la boxear, já que o boxe feminino não era comum em famílias conservadoras.

Ela é a mais velha de sete irmãos, era tímida quando criança e ajudava a família em casa e vendendo pães na beira da estrada, acrescentou o treinador.

"Continuei a motivá-la e dizer que ela seria uma campeã. É uma história de luta."

O confronto de Khelif contra a peso meio-médio italiana Carini não foi o primeiro. A adversária, que se recusou a apertar a mão de Khelif após o fim do combate, disse mais tarde que gostaria de se desculpar com a argelina.

"Ela se destaca por sua rápida reação em comparação a outros competidores. Imane deu o seu melhor, surpreendeu a todos. Ela costumava ser muito magra antes de desenvolver os músculos que todos estão criticando agora", afirmou Chaoua.

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