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Paris se prepara para o 'jogo da volta' com as Paralimpíadas

Tony Estanguet diz já sentir nostalgia dos Jogos, mas quer mergulhar na segunda parte do megaevento

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Paris

O "jogo de ida" terminou, é hora do "jogo de volta". É assim que Tony Estanguet, o presidente de Paris-2024, encara a transição entre os Jogos Olímpicos, encerrados no domingo (11), e as Paralimpíadas, que vão de 28 de agosto a 8 de setembro.

"Ficamos encantados com a primeira parte. Todos os nossos esforços foram recompensados. Agora vamos mergulhar na partida de volta", disse o dirigente em entrevista de apresentação das Paralimpíadas, nesta segunda (12).

Estanguet afirmou que, algumas horas depois da cerimônia de encerramento no Stade de France, já estava sentindo "um pouco de nostalgia" dos Jogos.

Presidente do comitê organizador de Paris-2024, Tony Estanguet (à dir.), ao lado do presidente do COI, Thomas Bach, na cerimônia de encerramento das Olimpíadas - AFP

Nas Paralimpíadas, serão 4.400 atletas (contra 11,1 mil nas Olimpíadas) em 22 esportes e 19 sedes de competição, incluindo as mais impressionantes dos Jogos Olímpicos, como Versalhes (paraequitação), Grand Palais (esgrima em cadeira de rodas e parataekwondo) e o Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel (futebol de cegos).

Segundo Tony Estanguet, houve um forte aumento na procura por ingressos paralímpicos nos últimos dias. Parisienses que fugiram da capital durante os Jogos, receando caos na cidade, agora estariam ansiosos para conhecer as arenas e estádios que viram na televisão. "Estão dizendo: 'Perdi essa oportunidade, por que não viver agora essa experiência?'", disse.

Os ingressos não são exatamente baratos –a partir de 15 euros (cerca de R$ 90). Mesmo assim, já foram vendidos, de acordo com os organizadores, 1,4 milhão para os 12 dias de megaevento.

A cerimônia de abertura será mais modesta que a dos Jogos Olímpicos, na praça de La Concorde, onde fica o obelisco de Luxor, monumento do século 13 a.C. que, desde 1836, é um dos ícones de Paris. A cerimônia está a cargo do diretor de teatro Thomas Jolly, o mesmo das festas de início e encerramento olímpicas.

O revezamento da chama olímpica também será menor –apenas quatro dias, e somente dentro do território francês. A novidade é que haverá 12 tochas ao mesmo tempo, convergindo de todos os cantos da França para chegar a Paris no dia da abertura.

O presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons, costuma chamar, em tom de brincadeira, os Jogos Olímpicos de "melhor evento-teste do mundo".

Nesta segunda, ele também usou uma metáfora gastronômica, bem do gosto dos franceses: "Foi uma 'entrée' incrível para o prato principal".

Brincadeiras à parte, Parsons qualificou as Paralimpíadas como o terceiro maior evento esportivo do mundo, atrás da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos –posto que também é reivindicado por outras competições, como o Super Bowl, do futebol americano, e a Fórmula 1. Ele previu uma audiência acumulada de 4,25 bilhões de telespectadores.

Nesta segunda, delegação brasileira começou a embarcou para a França. O Brasil terá 279 atletas –mais até que os donos da casa, os franceses, que terão 237 competidores.

A maioria dos atletas fará a fase da final da preparação na cidade francesa de Troyes, a mesma que acolheu a equipe brasileira de ginástica artística antes dos Jogos Olímpicos, graças a um convênio com o departamento do Aube, onde fica Troyes. Uma piscina olímpica, a pista de atletismo, o refeitório e o alojamento foram adaptados com rampas, elevadores e outras instalações de acessibilidade.

Nos Jogos de Tóquio, em 2021, o Brasil ficou em sétimo lugar no quadro de medalhas, com 72 pódios (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes). A França ficou em décimo (11 de ouro, 15 de prata e 28 de bronze). Desta vez, o objetivo da equipe anfitriã é ficar entre os oito melhores.

Cada atleta francês terá quatro ingressos para levar parentes e amigos aos Jogos, explicou Marie-Amélie Le Fur, presidente do comitê paralímpico francês.

"Estamos só no intervalo. Os Jogos vão mudar a mentalidade [dos franceses] sobre a deficiência", avalia Nantenin Keïta, campeã paralímpica dos 400 metros rasos (T13, deficiência visual moderada) no Rio-2016.

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