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Ao tirar fotos, olhar treinado vale mais do que a marca do celular

Fotógrafo João Wainer dá dicas para as férias e ensina que quem manda bem é a pessoa, e não a câmera dela

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São Paulo

Depois de muito tempo estudando e se esforçando para tirar boas notas (você realmente fez isso, certo?), finalmente as férias de verão chegaram, e agora é hora de descansar, brincar e esquecer um pouco das obrigações da escola.

Quando for a hora de voltar à rotina, pode ser que alguém —seja um amigo, um parente ou até mesmo seus professores— pergunte como foram todas essas semanas de curtição. E vai haver um jeito tão legal de contar tudo quanto fazer aquela clássica redação "Minhas Férias" —você pode narrar suas férias usando fotografias.

E nem precisa ter viajado para fora da sua cidade para fazer isso. Em casa mesmo é possível tirar fotos legais que revelem tudo que você fez durante esse período longe do colégio. "Suas férias são uma história única contada a partir de um ensaio", resume o fotógrafo João Wainer, blogueiro da Folha.

"Você pode pensar que suas férias não vão acontecer em um dia só. Em cada dia acontece uma coisa diferente, então você cria uma narrativa para essa sequência de fotos. Chamamos de ‘ensaio’ uma sequência de fotos com uma história sendo contada", ensina.

João sugere, por exemplo, a quem viajou para outra cidade, estado ou país, que conte se suas férias começaram com trânsito na estrada —se sim, vale fazer uma imagem do engarrafamento.

"Se depois você foi para a praia e estava chovendo, pode ter no seu ensaio uma foto da chuva. E, se quando abriu o sol você caiu no mar, então faça uma foto do mar, e assim por diante."

Se você ainda está começando no hobby de tirar fotografias, João explica qual é atitude a mais importante na hora de buscar um bom clique: a escolha do quê fotografar. "Você pode resolver fotografar sua mãe fazendo yoga, ou seu irmãozinho tomando banho, ou mesmo descer no prédio e fotografar tudo que está acontecendo de errado lá para fazer uma denúncia", enumera.

"Essa escolha é onde tudo começa, quando você resolve o que quer fazer. É muito diferente de pegar uma câmera e sair clicando aleatoriamente."

Com o seu assunto escolhido, é hora de pensar sobre como vai fotografá-lo. Suponhamos que seja mesmo uma foto da mãe praticando yoga. Caso ela esteja em um ambiente fechado, meio mal iluminado, a dica de João é tentar convencê-la a se mudar um pouquinho mais para perto da janela.

"A fotografia é feita de luz, então, quanto mais luz você tiver, mais legal fica a foto. Nem precisa ser uma luz muito forte, ela só precisa ser bonita. E, quando você leva a ação mais para perto da luz, tudo fica mais fácil", diz.

Feito isso, agora é hora do enquadramento. "Aqui, a primeira decisão que você tem que tomar é se vai fazer horizontal ou vertical. Você pode pensar no que vai fazer com essa foto: vai publicar no stories do Instagram? É vertical. No feed? É horizontal. Quero fazer só pra guardar? As duas funcionam bem."

Definido se sua foto vai ser deitada ou em pé, é legal encontrar um bom enquadramento, ou seja, o modo de encaixar o objeto ou pessoa no espaço todo disponível na tela do celular ou no visor da câmera.

"Não é simplesmente levantar a câmera e começar a clicar", adverte João. "Vá um pouquinho pra esquerda, um pouquinho pra direita, pegue uma cadeira e veja como ficaria a foto de cima para baixo, ou deite no chão e fotografe de baixo para cima."

Assim, dá para entender qual, entre tantas opções, será a melhor maneira de fazer esse registro. "O grande segredo para uma fotografia ficar boa é se ela tiver um pensamento envolvido. Então, pense antes de clicar", fala.

"Pense em fazer um plano aberto, outro um pouquinho mais fechado, e só um detalhe. Você pode ir de longe fotografar sua mãe que está fazendo yoga ficar bem pequenininha no quadro, ou ir de pertinho e fazer detalhes dela."

Outra boa dica de João é conhecer melhor a câmera que você vai usar para documentar suas férias. Pode ser do seu próprio celular, ou do telefone de alguém da família, ou mesmo uma câmera que um parente ou amigo possa emprestar.

Em qualquer um dos casos, ele aconselha um pulinho no Google e no Youtube em busca de tutoriais da câmera disponível. "Os celulares têm modelos bem diferentes e todos têm suas limitações. O iPhone, por exemplo, trabalha melhor com pouca luz e é mais fácil de fotografar à noite. Tem celular que trabalha melhor durante o dia", exemplifica.

Acima de tudo, o que João acha mais importante que todos entendam, sejam crianças ou adultos, é que não é a câmera quem faz boas fotos, mas, sim, a pessoa que a está operando.

"São as escolhas que o fotógrafo faz que vão deixar uma imagem boa ou não. Por isso, não se preocupe se o seu celular não tem a mesma câmera XYZ do celular do fulano, ou se seu celular é antigo ou recente. As pessoas querem ver as boas histórias sendo contadas, e as férias são o lugar onde as boas histórias acontecem."

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