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Leitura bastante fácil, 'A Mulher na Janela' é nulidade literária

Primeira obra A. J. Finn já teve seus direitos para cinema vendidos para a 20th Century Fox

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SANTIAGO NAZARIAN

A Mulher na Janela

Avaliação: Regular
  • Preço: R$ 39,90 (352 págs.)
  • Autoria: A. J. Finn
  • Editora: Arqueiro
  • Tradução: Marcelo Mendes


Abandonada pelo marido, uma mulher alcoólatra e solitária cria uma obsessão pela vizinha, que vive um relacionamento abusivo. Temos aqui as linhas gerais de “A Mulher na Janela”, mais um “romance de sororidade”, com premissa idêntica a sucessos como “A Garota do Trem”, de Paula Hawkins, e “A Mulher Entre Nós”, de Greer Hendricks e Sarah Pekkanen. 

Desta vez a autoria é de um homem, A. J. Finn, pseudônimo do editor americano Daniel Mallory, que teve um sucesso instantâneo com essa sua primeira obra, primeiro lugar na lista do New York Times, vendida para quase 40 países e cujos direitos para cinema foram adquiridos pela 20th Century Fox.

Em “A Mulher na Janela” a protagonista é Anna Fox, uma psicóloga de meia-idade que desenvolveu agorafobia (pavor de espaços abertos). 

Trancada em sua casa no Harlem, ela passa os dias espiando os vizinhos pela janela, misturando medicamentos tarja preta com vinho, até que testemunha uma agressão —ou um possível assassinato. Obviamente, ninguém acreditará no que ela viu.

Cena de 'Janela Indiscreta', uma das referências de 'A Mulher na Janela' - Divulgação

Composto por cem capítulos curtos, em parágrafos também curtos e objetivos, o romance parece ter sido feito de encomenda para o cinema, incluindo dezenas de referência a filmes noir, favoritos da protagonista, que ditam muito do estilo da narrativa (sendo “Janela Indiscreta”, de Hitchcock, uma das referências mais óbvias). 

Em termos literários, é uma nulidade, não comunicando nada além da trama, não trazendo nenhuma reflexão mais densa ou inovação no estilo.

Se nada se extrai do texto, a elegância da prosa e a sofisticação do universo narrativo afastam um possível tom cafona, tão comum em literatura de massa; é uma leitura bastante fácil, prazerosa, que não ofende a inteligência. Entretanto a revelação final do livro, em longos diálogos expositivos (em meio a uma tempestade de relâmpagos, para piorar), é preguiçosa e decepcionante. A impressão que fica é de um roteiro mal acabado. Melhor esperar pelo filme.

Santiago Nazarian
Escritor, é autor de ‘Neve Negra’

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