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Mulheres serão mais prejudicadas por desastres naturais, diz autora de 'O Conto da Aia'

Para Margaret Atwood, em tempo de catástrofes, mulheres são estupradas ou forçadas a vender o corpo

A escritora Margaret Atwood em imagem de abril, em evento em Nova York
A escritora Margaret Atwood em imagem de abril, em evento em Nova York - Eduardo Munoz/Reuters
Londres | Reuters

As mulheres sofrerão mais com a devastação da mudança climática, uma vez que o caos desencadeado por desastres e escassez de alimentos as torna vulneráveis a estupros e outras violências, disse a escritora de romances distópicos Margaret Atwood na sexta-feira (1º).

Algumas mulheres e meninas são forçadas a vender seu corpo para sobreviver e outras são estupradas em tempos de conflito e catástrofes, cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, disse a escritora canadense de 78 anos em evento em Londres.

“Claro, esses tipos de eventos dão origem a instabilidade civil, guerras, luta por recursos, batalhas por água”, disse a autora do livro de 1985 “O Conto da Aia”.

“Mulheres nessas situações irão sofrer desproporcionalmente, e seus filhos”, afirmou a escritora em conferência sobre mulheres e mudanças climáticas, organizada pelo grupo Invisible Dust.

O popular livro de Margaret Atwood imagina um futuro totalitário em que mulheres férteis são forçadas à servitude sexual para repopular um mundo que enfrenta um desastre ambiental.

“O Conto da Aia” voltou às listas de livros mais vendidos depois de ter sido adaptado em uma premiada série de televisão, protagonizada por Elisabeth Moss —e que começou recentemente a segunda temporada.

Pesquisas indicam que as vulnerabilidades das mulheres são expostas durante o caos provocado por ciclones, terremotos e enchentes, de acordo com o grupo britânico Overseas Development Institute.

“Se não há nenhuma proteção civil e você não tem nenhum dinheiro, qual é a única coisa que é comercializada, sempre? Em condições de guerra, o estupro é utilizado como tática militar”, disse Atwood.

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