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Após críticas de produtores, Ancine altera edital de fomento

Pacote no valor de R$ 150 milhões abriu racha no setor audiovisual

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São Paulo

Após enfrentar uma torrente de críticas de produtoras, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) anunciou mudanças em seu edital de fluxo contínuo.

O programa, que vai destinar R$ 150 milhões à produção de filmes de todos os gêneros, é alvo de crítica de parte da classe cinematográfica porque, segundo alguns realizadores, permitiria a concentração de recursos nas mãos de poucas empresas. A informação foi antecipada pela Folha.

Agora, segundo o edital retificado, uma mesma empresa só poderá receber investimentos de, no máximo, R$ 6 milhões por modalidade. O percentual máximo de quanto um mesmo grupo econômico poderá concentrar de recursos é de 25% --anteriormente, era de 30%.

Petrônio Gontijo interpreta Edir Macedo no filme 'Nada a Perder', um dos filmes do consórcio Paris-Downtown - Divulgação

Lançado no mês passado, o edital usa um sistema de pontuação como critério para a distribuir os recursos. A pontuação depende da qualificação da produtora, da distribuidora e do diretor do projeto.

O temor é que Paris Filmes e Downtown, empresas responsáveis pelo lançamento dos filmes nacionais mais bem-sucedidos das últimas décadas, abocanhem as verbas. As duas, que com frequência atuam em parceria, já são donas de 98% do total das bilheterias de filmes brasileiros lançados no semestre que passou, graças a sucessos como “Nada a Perder”, “Os Farofeiros” e “Fala Sério, Mãe!”.

Outras entidades que se insurgiram contra o edital da Ancine são a Conne, que reúne produtores de Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e a Fames, que agrupa mineiros, capixabas e estados da região Sul. Juntas, as duas organizações agrupam cerca de 35% dos produtores do país.

No caso delas, a queixa se deve ao chamado critério indutor, isto é, as cotas destinadas a projetos vindos de fora de São Paulo e Rio. Em editais anteriores, produtores da Conne tinham direito a uma reserva de 30% do total desses recursos; os da Fames a um percentual de 10%. Isso não existe mais.

"Nós que não somos do Rio ou de São Paulo temos acesso mais difícil a distribuidores", diz a produtora Vânia Lima, que fala em nome da Conne. "Esse edital era a nossa principal porta para projetos de médio e grande porte. Perdemos nosso lugar."

A Ancine responde que esses produtores continuam contemplados numa das quatro linhas do edital, voltada apenas a projetos de fora do eixo Rio-SP, e que eles também poderão concorrer, em igualdade, nas demais.

A cota, contudo, diminuiu de forma drástica. Na linha exclusivamente voltada a filmes que não venham de São Paulo ou do Rio, o total destinado é de R$ 25 milhões, isto é, 16% do total --abaixo da cota de 40% que existia antes.

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