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Cinema

'Como Treinar o seu Dragão 3' tem visual encantador, mas derrapa em clichês

Última animação da trilogia gira em torno da relação entre dois amigos e a chegada de uma namorada

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Como Treinar o seu Dragão 3 (How to Train your Dragon: The Hidden World)

Avaliação: Bom
  • Classificação: Livre
  • Elenco: Gerard Butler, Cate Blanchett, Jonah Hill
  • Produção: EUA, 2019
  • Direção: Dean DeBlois

Um, dois, três, quatro... Enquanto estúdios espremem histórias até a última gota de sangue e fazem qualquer filme de animação ganhar sequências infinitas, o grande desafio é não deixar a peteca cair nessas produções, mesmo que elas girem em torno do mesmo universo e dos mesmos personagens.

Há quem consiga. Caso de “Toy Story”, por exemplo —a saga dos brinquedos está prestes a lançar o quarto filme da franquia, previsto para junho.

“Como Treinar o seu Dragão” até que estava indo bem. O primeiro longa de animação inspirado na saga de livros infantojuvenis apresentou o universo dos vikings que entram em conflito com os monstros voadores. Já o segundo atingiu algo raro: subiu a saga de patamar, com uma aventura em que homens e dragões já não vivem como gato e rato.

Por isso (e pelas cifras bilionárias alcançadas), a expectativa pelo terceiro e último longa da trilogia era bastante alta. Mas o filme, que estreia nesta quinta (17), consegue gerar, no máximo, um sorrisinho de canto da boca.

De fato, a evolução tecnológica do estúdio foi capaz de produzir uma animação visualmente encantadora. Os voos dos dragões, com os vikings montados em seus lombos, são de fazer o espectador ficar vidrado na tela. E o Mundo Escondido é um lugar para fazer as malas. No longa, o espaço mítico abriga dragões que vivem em harmonia e não sofrem perseguições.

Feito de cristais multicoloridos, escondido no fundo da cachoeira do fim do mundo, o tal mundo estimula o brilho das escamas das criaturas aladas como se fossem atingidas por uma metralhadora de cores —as cenas ficam parecendo uma viagem lisérgica ou uma dessas festas em que as pessoas se lambuzam de tinta neon embaixo de luz negra.

Tudo muito bonito. Mas é no roteiro que “Como Treinar o seu Dragão 3” tropeça. Mais especificamente, no
núcleo sentimental, em torno da relação entre dois amigos e a chegada de uma namorada. Pois é, suco de clichê.

No caso, os amigos são Soluço e Banguela —o primeiro, o jovem viking que herdou o posto de líder do seu povo e é o maior entusiasta da amizade entre pessoas e criaturas; o segundo, o simpático dragão negro que descobre uma fêmea de sua espécie e precisa decidir se segue com os humanos ou se passa a viver no Mundo Escondido coloridão.

Nesse cabo de guerra, tudo parece que já foi visto. Os meninos são inseguros e desajeitados, sempre trocando os pés pelas mãos (ou patas) na hora de cortejar garotas. Enquanto isso, os amigos morrem de insegurança, mas, no fundo, torcem pela felicidade do outro. 

Uma piscina de clichês que, no máximo, emociona o fã que era criança quando o primeiro longa foi lançado —e que hoje é um adolescente às voltas com seus “crushs”.

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