Alinhada a Bolsonaro, Petrobras revê patrocínios e deve se afastar da cultura
Presidente afirma em rede social que arte 'não deve estar a cargo de uma petrolífera estatal'
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A direção da Petrobras está avaliando se rompe contratos de patrocínio cultural firmados nos governos anteriores. A decisão seguiria novas diretrizes do governo Bolsonaro, que criticou o financiamento estatal da cultural nesta quinta (7) em sua conta Twitter.
Bolsonaro postou que embora "reconheça o valor da cultura e a necessidade de incentivá-la", o financiamento das atividades culturais "não deve estar a cargo de uma petrolífera estatal".
Segundo a publicação do presidente, "a soma dos patrocínios dos últimos anos passa de R$ 3 bilhões".
A Petrobras financiou, nos últimos anos, grupos como o Galpão, de Minas Gerais, e a Cia Deborah Colker, além do Festival de Teatro de Curitiba e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
"Determinei a reavaliação dos contratos. O Estado tem maiores prioridades", disse ainda o presidente.
Além disso, Bolsonaro afirmou que os incentivos não devem ser feitos "em detrimento das principais demandas de nossa sociedade".
Produtores e captadores de recurso ouvidos pela Folha dizem que foram alertados das mudanças nas diretrizes de patrocínio da Petrobras. A decisão foi mal recebida internamente por executivos da área de comunicação, que interpretaram a medida como interferência política e ideológica.
A petroleira patrocinou mais de 4.000 projetos culturais desde 2003, quando foi criado o Programa Petrobras Cultural, que passou a ser a maior seleção pública do tipo no país. Juntas, as áreas de cultura e imprensa consumiram quase R$ 160 milhões da estatal no ano passado.
Por nota, a empresa confirmou que está "revisando sua política de patrocínios e seu planejamento de publicidade, em alinhamento ao novo posicionamento de marca da empresa, com foco em ciência e tecnologia e educação, principalmente infantil".
Segundo o texto, "os contratos atualmente em vigor estão com seus desembolsos em dia."
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