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Vovó espiã guarda segredo de proporções atômicas em longa

'A Espiã Vermelha' conta história de octogenária que vazava informações para comunistas

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Toronto

No final dos anos 1990, os tabloides britânicos se empanturraram com a história da “vovozinha espiã”, apelido que deram à octogenária Melita Norwood. Delatada por um ex-agente da KGB desertor, ela viria a confessar que, dos anos 1930 aos anos 1970, repassou informações sobre o programa nuclear do Reino Unido para a URSS.

Com a história levada às telas dos cinemas, ela ganha os contornos da atriz Judi Dench. Quem melhor para interpretar uma pacata senhorinha inglesa com um segredo de proporções atômicas?

“A Espiã Vermelha” indaga o que poderia ter passado na cabeça de Norwood naqueles anos. Ou melhor, na de Joan Stanley, personagem inspirada nela. Trevor Nunn, diretor do longa, toma uma liberdade logo de cara. Embute na protagonista uma motivação muito mais nobre do que a mera simpatia política pelo regime stalinista. No caso, o que justifica suas ações é um desejo de equiparação de forças na corrida armamentista. 

Tendo o Ocidente a posse dos segredos da fabricação da bomba atômica, ela luta para os russos terem o mesmo. “A lealdade é o que está em jogo”, diz Nunn. “Mas a dúvida é se essa lealdade é prestada a um governo ou à raça humana.”

“A personagem verdadeira era mais uma comunista típica, ligada ao partido. Já Joan realmente acredita que está fazendo a coisa certa”, diz Sophie Cookson, que interpreta a protagonista em sua juventude, na época em que ela repassou as informações confidenciais. A Judi Dench cabe o papel de quando, já idosa, ela é enfim desmascarada. 

A trama narra como uma idealista estudante de física em Cambridge trava contato com o sedutor comunista Leo, papel de Tom Hughes, e, algum tempo depois, empregada no projeto nuclear dos britânicos, ganha acesso a informações ultraconfidenciais.  

Mais do que as manipulações de seu amante, o estopim para o seu ato de traição é a bomba de Hiroshima e a percepção de que o mundo poderia se esfacelar caso ela não tomasse uma atitude. 

Em meio ao machismo dos anos 1940, como deixa muito claro uma das personagens do filme, nenhum dos vários homens do laboratório desconfiaria de que uma mulher seria capaz de tamanha sabotagem.
“Essa é uma parte central do filme”, diz o diretor. “Como as mulheres não estavam em posição de poder, jamais seriam consideradas suspeitas.”

Nome titânico no teatro inglês, tendo dirigido a Royal Shakesperare Company, Trevor Nunn escolheu uma opção conservadora ao migrar para o cinema.

No Festival de Toronto, onde o filme fez a sua estreia em setembro do ano passado, o diretor estava preocupado com a possibilidade de que desavisados confundissem sua obra com um thriller de espionagem genérico. “O maior perigo é esse. Há elementos desse gênero, mas meu filme é uma história sobre sacrifício.”

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