Siga a folha

Descrição de chapéu Televisão

Seriado dramatiza onda de sequestros que aterrorizou o Rio de Janeiro nos anos 1990

'A Divisão' reconta trajetória da única iniciativa tida como bem-sucedida no combate ao crime na cidade

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

No final da década de 1990, uma onda de sequestros aterrorizou o Rio de Janeiro. Entre as vítimas estavam figuras de renome e anônimos da classe média carioca. Foi então que a polícia criou a DAS, a Divisão Antissequestro, que até hoje foi a única iniciativa bem-sucedida no combate ao crime na cidade.

A história dessa força-tarefa é ficcionalizada na série “A Divisão”, que estreou com seus cinco primeiros episódios na plataforma Globoplay.  

É a primeira incursão dramatúrgica do AfroReggae Audiovisual, ligado ao Grupo Cultural AfroReggae, que só tinha feito obras documentais.

Criado por José Junior, um dos fundadores do grupo, o projeto é inspirado na realidade. A trama da primeira fase é centrada no rapto de Camila (Hanna Romanazzi), a filha adolescente do deputado estadual Venâncio Couto (Dalton Vigh). 

Para libertar a garota, são convocados os agentes Santiago (Erom Cordeiro) e Roberta (Natália Lage). No jargão da polícia, os dois são “mineiros”, isto é, especialistas em localizar criminosos rapidamente. Só que não para prendê-los, mas para extorqui-los. 

Sob o comando do delegado Benício (Marcos Palmeira), a dupla de corruptos se junta a Mendonça (Silvio Guindane), tira tão violento que é chamado de genocida pelos colegas. Um dos saldos, logo no segundo episódio, é uma cena de tortura de revirar o estômago.

“Na segurança pública, não tem bonzinho em nenhum dos lados”, disse José Junior durante um encontro com a imprensa. Mas, dada a conjuntura atual, não se corre o risco de boa parte do público aprovar os métodos pouco ortodoxos da DAS? “É justamente isto o que queremos discutir. Será que os fins justificam os meios?”

“Nesses anos, só a DAS funcionou. Todo os outros planos fracassaram, inclusive as UPPs”, diz o cineasta Vicente Amorim (“Motorrad”), diretor-geral da série. “Talvez porque a ação de gangues e milícias se concentre nos bairros pobres do Rio. Mas os sequestros afetaram a zona sul”.

A preparação do elenco incluiu aulas de tiro. Para Guindane, o treinamento serviu para transformar o fuzil em uma extensão do corpo de seu personagem. Um dia a produção trocou a arma, e o ator ficou nervoso —era outro peso, outro toque, tudo diferente.

As gravações tiveram momentos de tensão. Logo no primeiro dia, numa locação no morro de São Carlos, a equipe encontrou um tiroteio entre policiais e traficantes. José Junior lançou mão de sua experiência como negociador para conseguir uma trégua.

Não foi a única vez em que “A Divisão” usou cenários reais onde o perigo é para valer.

“Seria uma derrota gravar na Tavares Bastos”, afirmou Junior, citando a favela onde foram rodados dezenas de filmes, tida como bastante segura —em parte, porque é próxima à sede do Bope, o Batalhão de Operações Especiais.

Depois de alguns meses de exclusividade no Globoplay, a série será exibida pelo Multishow, e só depois chegará à Globo. A segunda temporada já foi gravada, assim como um longa para os cinemas, com os mesmos personagens. Ambos estreiam em 2020, ainda sem data definida. Antes disso, no dia 4 de agosto, o Multishow exibe um making of.

"A Divisão"

Primeira temporada na Globoplay

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas