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Cinema

'Entre Tempos' mostra inacreditável decadência do cinema italiano

Mas, é inegável, trata-se de um filme com belos atores: nisso, ao menos, voltamos a uma bela tradição italiana

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Entre Tempos

Avaliação: Ruim
  • Quando: Estreia nesta quinta (22)
  • Classificação: 14 anos
  • Elenco: Linda Caridi, Luca Marinelli, Giovanni Anzaldo, Camilla Diana, Anna Manuelli, Eliana Bosi
  • Produção: Itália, 2018
  • Direção: Valerio Mieli

No início de “Entre Tempos” há um belo jovem (Luca Marinelli) que deixa um subsolo (ou algo bem parecido com isso) e cai numa festa rica, onde encontra uma bela jovem (Linda Caridi). Tcham! Amor à primeira vista.

Mas o rapaz (que não tem nome no filme, assim como ela) sofre de um tipo de depressão característico do fim da adolescência. Com isso, após a primeira e perfeita noite juntos, ele propõe que se separem: nunca mais viveriam um momento belo como aquele.

A garota está do lado da vida e diz, com outras palavras, que isso é uma bobagem. Mas o jovem é perseguido pela memória. Flashes de seu passado retornam e são invariavelmente incômodos. Exemplo mais marcante: a vez em que, criança, fez xixi numa piscina em que um elemento revelava que o líquido estranho na água e, pior, seu autor.

Traumático, sem dúvida, como as brigas entre pai e mãe. O problema é que o passado e o presente formam para ele uma coisa só. Estamos no território da memória, onde é recomendável ser um Alain Resnais para que as coisas funcionem direito. Valerio Mieli não é Alain Resnais. De maneira que o filme oscila entre o pólo negativo (ele) e o positivo (ela), à espera de que a relação vá para os ares ou que ele amadureça.

É inegável que ele ao menos se esforça no sentido de abandonar esse negativismo estéril. E que a moça, batendo também cabeça aqui ou ali, colaborará com isso.

O trajeto do rapaz à maturidade, ao abandono do negativismo, à conformar-se à ideia de que o mundo e com ele os amores são coisas imperfeitas, é o centro do filme.

Um centro ralo, que fala bem da inacreditável decadência do cinema italiano desde os grandes anos de 1940 a 1980, mais ou menos. E que nega as magníficas exceções que são Nanni Moretti e Marco Tullio Giordana nesse panorama.

Mas, é inegável, trata-se de um filme com belos atores: nisso, ao menos, voltamos a uma bela tradição do cinema italiano.

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