Como o tio Deodoro, Hermes da Fonseca não deixou saudades na Presidência
Militar, que enfrentou revoltas e crise econômica, é tema do sétimo volume da Coleção Folha
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Com a Proclamação da República, em 1889, um Fonseca chegou ao poder. Vinte e um anos depois, outro Fonseca passou a comandar o país. O primeiro, Deodoro, era tio do segundo, Hermes.
A ligação vai além do parentesco. Ambos eram militares de alta patente, não tinham traquejo para as articulações políticas e tentaram governar com medidas autoritárias. Houve alguns avanços nos mandatos de um e de outro, mas o saldo geral foi negativo.
O gaúcho Hermes da Fonseca é tema do sétimo volume da Coleção Folha - A República Brasileira. Escrito pelo historiador Pietro Sant’Anna, o livro chega às bancas no próximo domingo, dia 27.
O governo dele foi sufocado por crises de vários tipos. Em 1910, aconteceu a Revolta da Chibata, provocada pelo descontentamento dos marinheiros com os castigos físicos. Os rebeldes ocuparam embarcações na baía de Guanabara até que uma repressão violenta pôs fim ao motim.
Dois anos depois, começou o conflito que se tornou conhecido como Guerra do Contestado. Ao longo de quatro anos, o Exército realizou ataques a um agrupamento messiânico na divisa entre Paraná e Santa Catarina. Como na Revolta da Chibata, as tropas do governo promoveram uma matança.
Com intervenções federais nas administrações estaduais, movimento batizado de “política de salvações”, Hermes se envolveu em conflitos com lideranças locais.
A gestão também foi conturbada na economia, mas nesse caso não houve culpa do presidente. A crise que culminaria na Primeira Guerra Mundial afetou as exportações de café e borracha para a Europa.
Hermes deixou o Palácio do Catete em novembro de 1914. Como havia acontecido com seu tio Deodoro, poucos sentiram a sua falta.
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