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Cinema

'Em Guerra' nos faz enxergar uma realidade que não é vista a olho nu

Longa francês prolonga a parceria regular de Lindon com o diretor Stéphane Brizé

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Em Guerra

Avaliação: Bom
  • Quando: Estreia nesta quinta (10)
  • Classificação: 16 anos
  • Elenco: Vincent Lindon, Mélanie Rover, Jacques Borderie
  • Produção: França, 2018
  • Direção: Stéphane Brizé

Demissões em massa, crise econômica e fracasso de políticas são temas mais frequentes no noticiário que no cinema. Os europeus, no entanto, ao contrário dos americanos, consideram os filmes também como ferramenta útil para mostrar a realidade, não apenas para oferecer abrigos contra tempos difíceis.

As imagens de TV que introduzem a ficção de “Em Guerra” têm a clara função de sinalizar, com seu aspecto de urgência, a continuidade entre o registro do real e a representação.

Quando termina o bloco do noticiário, o filme nos lança em uma discussão entre representantes dos trabalhadores e patrões. A tensão entre as partes, a violência verbal e as mudanças abruptas de ângulos de um lado ao outro da mesa transferem o “calor” da filmagem jornalística para outro modo, que descobrimos ser encenado.

Sabemos que se trata de ficção por causa da presença de uma face conhecida, o ator Vincent Lindon, como representante dos trabalhadores. O elenco em torno dele é composto de não profissionais, recurso que intensifica a impressão realista do filme.

Em Guerra” prolonga a parceria regular de Lindon com o diretor Stéphane Brizé. O filme pode ser visto como uma extensão do ótimo “O Valor de um Homem” (2015), mas focalizando o desemprego de uma perspectiva coletiva, em vez de subjetiva.

Como um chefe militar, Laurent Amédéo (Lindon) lidera um pelotão que tenta impedir a direção da empresa alemã de fechar a filial francesa, provocando a demissão de milhares de trabalhadores.

Os chefes argumentam com chavões, como “estamos todos no mesmo barco”, mas os empregados contra-argumentam que as partes baixas são as primeiras a fazer água. Para forçar uma decisão, os empregados ocupam e paralisam a fábrica, o que eleva as tensões.

Brizé filma tudo com uma câmera nervosa e uma direção de atores que deixa o elenco à vontade para improvisar. Embora o procedimento não seja original, o resultado é vigoroso e alcança o que esse tipo de cinema assume como missão: fazer, com as lentes do realismo, enxergar uma realidade que não é vista a olho nu.

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