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Look com nomes de diretoras e discurso pelo veganismo estão entre momentos politizados do Oscar

Artistas aproveitaram o tapete vermelho e a cerimônia para falarem de causas que lhe são caras

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São Paulo

Como já é de praxe em Hollywood, muitos artistas têm aproveitado a temporada de prêmios para chamar atenção para causas que acreditam ser importantes —ou para tecer críticas, até mesmo à própria Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar.

Na 92ª edição do prêmio, na noite deste domingo (9), não foi diferente. De protestos no tapete vermelho a discursos militantes na hora de aceitar prêmios, a noite teve diversos momentos politizados.

Petra Costa, por exemplo, carregou cartazes enquanto desfilava para dentro do teatro Dolby, pedindo a proteção de terras indígenas e do meio ambiente. Já Joaquin Phoenix foi autor de um comentário contundente, em que compartilhou seu estilo de vida vegano com os presentes.

Confira na galeria abaixo quais foram os momentos mais políticos do Oscar 2020.

Como todos os anos, alguns convidados e indicados do Oscar 2020 aproveitaram sua passagem pela cerimônia para fazer declarações políticas e até mesmo para alfinetar a própria indústria cinematográfica. AFP/Robyn Beck

Antes mesmo do início da premiação, Natalie Portman chamou atenção ao desfilar pelo tapete vermelho, com uma capa na qual estavam bordados nomes de cineastas mulheres que poderiam ter sido indicadas ao Oscar, em um ano dominado por homens na categoria de melhor direção. As contempladas foram Lorene Scafaria, Lulu Wang, Greta Gerwig, Mati Diop, Marielle Heller, Melina Matsoukas, Alma Har'el e Céline Sciamma. AFP/Robyn Beck

A brasileira Petra Costa, que estava indicada na categoria de melhor documentário por "Democracia em Vertigem", também fez um protesto no tapete vermelho. Acompanhada da líder indígena Sonia Guajajara, ela carregou cartazes contra a invasão de terras indígenas, pedindo ajuda na preservação da Amazônia e relembrando o assassinato da vereadora Marielle Franco. Reprodução/Instagram/

Após um número musical conduzido por Janelle Monáe, Steve Martin e Chris Rock deram início à cerimônia com algumas piadas e, claro, acenos à política. Eles relembraram a confusão que ocorreu na cerimônia de 2017 do Oscar, quando "La La Land" foi erroneamente anunciado como melhor filme. "Eles nos garantiram que isso não vai acontecer esse ano porque a Academia adotou o mesmo aplicativo do caucus do Iowa", disseram em alusão à controversa eleição do Partido Democrata. Reuters/Mario Anzuoni

Martin e Rock também abordaram a falta de diversidade no Oscar. Após Martin dizer que achava que faltava algo na lista de indicados a melhor diretor neste ano, Rock questionou: "Vaginas?". A dupla também lembrou que Cynthia Erivo foi a única pessoa não branca nomeada nas categorias de atuação. "Ela fez um trabalho tão bom em 'Harriet' escondendo negros que a Academia a chamou para esconder todos os indicados negros. Cynthia, o Eddie Murphy está debaixo do palco?", disse Rock. AFP/Mark Ralston

Primeiro premiado da noite, Brad Pitt, que levou o troféu de ator coadjuvante, fez piada com o processo de impeachment de Donald Trump. "Eles me falaram que eu tenho 45 segundos [para fazer o discurso], o que representa 45 segundos a mais do que o Senado deu ao [ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA] John Bolton nesta semana", disse sobre a não convocação de Bolton para testemunhar contra o presidente americano. AFP/Mark Ralston

Ao receberam o Oscar de curta em animação, Matthew A. Cherry e Karen Rupert Toliver falaram sobre a temática de seu filme. "'Hair Love' foi feito porque nós queríamos ver mais representatividade nas animações, nós queríamos normalizar os cabelos negros", disseram. Reuters/Mario Anzuoni

Além de Petra Costa e Sonia Guajajara, Taika Waititi também fez um aceno às comunidades indígenas. Primeira pessoa de ascendência indígena a levar um Oscar de roteiro (no caso, original, por "Jojo Rabbit"), o neozelandês dedicou o prêmio a "todas as crianças indígenas do mundo que queiram fazer arte, dançar e escrever histórias". "Nós somos os contadores de histórias originais", disse.. AFP/Mark Ralston

Outra cineasta indicada ao Oscar de melhor documentário aproveitou para enviar uma mensagem política na cerimônia mas, desta vez, no palco, já que ela foi a vencedora da categoria. Premiada ao lado de Steven Bognar, Julia Reichert aproveitou a temática de seu "Indústria Americana" para dizer que "trabalhadores têm mais e mais dificuldades nos dias de hoje, e nós acreditamos que as coisas vão melhorar quando os trabalhadores do mundo se unirem". Reuters/Mario Anzuoni

Ao chamar ao palco Idina Menzel para cantar "Into the Unknown", música da animação "Frozen 2" que concorria em melhor canção original, Josh Gad alfinetou aqueles que não acreditam em mudanças climáticas. "'Frozen 2' [congelado, em inglês], ou como os negadores do aquecimento global o chamam, "Nem Tão Congelado 2", brincou.. AFP/Mark Ralston

O discurso mais politizado da noite veio de Joaquin Phoenix, vencedor do Oscar de melhor ator por "Coringa". "Seja falando sobre desigualdade de gênero, racismo, direitos dos LGBTs, dos indígenas ou dos animais, estamos falando sobre lutar contra a ideia de que uma nação, uma raça, um gênero ou uma espécie tem o direito de dominar, controlar, usar e explorar outros sem impunidade. Acredito que nos desconectamos demais do mundo natural e nos sentimos culpados por ter uma visão egocêntrica. Entramos no mundo natural e roubamos seus recursos. Nos sentimos no direito de inseminar artificialmente uma vaca e então roubar seu bebê quando ele nasce, mesmo que seus gritos de angústia sejam perceptíveis. E então bebemos o leite que é destinado ao bezerro e colocamos em nosso café e cereal. Quando usamos amor e compaixão como nossos princípios, podemos criar, desenvolver e implementar sistemas de mudança que são benéficos para todos os seres e ao meio ambiente", disse. AFP/Mark Ralston

Por fim, Jane Fonda subiu ao palco para apresentar o Oscar de melhor filme. A atriz tem recebido atenção nos últimos tempos por seu engajamento político. Ela foi presa diversas vezes recentemente por protestar contra o aquecimento global. "Nada é mais importante do que aumentar a conscientização, certo?", começou ela, logo após ser aplaudida de pé pelo público. "Aqui estão os filmes que, para a Academia, causaram o maior impacto este ano", disse ao introduzir a vinheta com os indicados da categoria. AFP/Mark Ralston

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