Looks de cores quentes seguiram protocolo, e não indicados salvaram a noite

Edição do Oscar confirmou a máxima de que quem não concorre ao prêmio precisa causar no estilo

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São Paulo

O Oscar confirmou a máxima de que se você não é indicado, precisa causar; e, se for, segurar a onda no limite do sem graça. Não vale mais errar. Por isso, atores, atrizes e cineastas preferem seguir a cartilha correta da alta-costura para não escorregar. Ou quase.

A compositora americana Billie Eilish no tapete vermelho do Oscar - Robyn Beck/AFP

O longo Stella McCartney de Olivia Colman tinha uma capa que quase a levou ao chão quando uma assistente pisou no acessório visto nas passarelas parisienses. Foi o único quase tombo fashion registrado pelas câmeras.

Vestidos de um ombro só, silhuetas evasê, colos, mangas bufantes e brilhos comedidos foram algumas das tendências vistas neste tapete vermelho, tão quente quando as escolhas da maioria. Tons de laranja, rosa, lilás e vermelho reinaram na régua cromática das grifes.

Armani Privé, Ralph Lauren, Dior, Louis Vuitton e Chanel, aliás, voltaram ao pódio das mais usadas pelas celebridades. A caixa registradora, ao que parece, voltou a funcionar após poucos anos de majestade para Elie Saab, Zuhair Murad e outros designers especializados em trajes de gala.

A cor do tapete também tingiu o longo criado pelo sul-africano Marc Bouwer que a cineasta Petra Costa, do documentário “Democracia em Vertigem”, pinçou do guarda-roupa escolhido pelostylist Anderson Rodriguez.

À reportagem, ele disse que seu trabalho foi “apresentar opções à cineasta” e que “não houve referência política na escolha”. Ela apenas teria se sentido segura no vestido. E isso não é demérito, mesmo que soe como banho de água fria na audiência nacional.

Toda a indústria esperava uma puxada de sardinha para a moda brasileira, e apesar de ter preterido os longos de Herchcovitch e Lino Villaventura que tinha à mão, ela estendeu uma para o designer brasileiro Fernando Jorge, assinatura por trás do anel de diamantes usado no tapete.

Radicado em Londres, Jorge é de uma nova geração de designers que ganhou os holofotes na capital britânica. Além dele, Barbara Casasola e Renata Brenha são brasileiros prestigiados pelos ingleses e ainda pouco conhecidos em seu país de origem.

Enquanto o medo de virar meme inspirou escolhas das atrizes e dos atores indicados—o mesmo combo smoking preto e camisa branca vestiu a ala masculina oscarizável, com algum destaque para Brad Pitt e Joaquin Phoenix—, foram os não indicados quem levaram alguma graça à transmissão.

O vestido Dior da apresentadora de ocasião Natalie Portman tinha bordado na capa que o encobria os nomes de todas as cineastas esnobadas pela Academia neste ano;.

De smoking Gucci, o cineasta Spike Lee homenageou o jogador Kobe Bryant, morto num acidente de helicóptero em janeiro. O número 24, em amarelo, reluzia nas costas do look tingido de roxo como o uniforme da equipe Lakers.

Se faltou graça ao metalizado-debutante de Scarlett Johansson, ao branco minimalista de Renée Zellweger e ao exagero rubro do resto do elenco, pelo menos houve espaço para algum glamour performático. Que veio de Billy Porter, como esperado, cujo look de penas douradas assinado por Giles Deacon casou com o encapuzado brilhante da cantora Janelle Monaé.
 

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