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Cinema

'Resgate' tem muita coisa ordinária para aguentar em um filme só

Produção com credencial de blockbuster chega à Netflix como um amontoado de clichês

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Resgate (Extraction)

Avaliação: Ruim
  • Elenco: Chris Hemsworth, Golshifteh Farahani
  • Produção: EUA, 2020
  • Direção: Sam Hargrave

"Resgate" chega à Netflix com credenciais de blockbuster. Seus produtores são os irmãos Russo, Joe e Anthony, largamente conhecidos pelo universo nerd por terem dirigido quatro filmes de sucesso de heróis Marvel.

São eles: “Capitão América 2: O Soldado Invernal” (2014), “Capitão América: Guerra Civil” (2016) e os dois últimos Vingadores, “Guerra Infinita” (2018) e "Ultimato” (2019). Para completar, aqui eles se aliam ao Poderoso Thor da mesma série de filmes, quer dizer ao ator Chris Hemsworth, que interpreta o grandão que segura o martelo.

“Resgate” vem de um roteiro escrito por Joe Russo (baseado em uma história em quadrinhos) antes desses filmes todos, e se passava na América Latina. Acabou transferida ​para Bangladesh.

Para dirigir, chamaram um estreante. Antes de passar para trás das câmeras, Sam Hargraves trabalhou como dublê de super-herói em alguns filmes da Marvel, onde todos se conheceram.

A produção não passa de um amontoado de clichês. Daquele tipo em que o herói Tyler (Hemsworth) é alvo de dezenas de policiais que nunca o acertam. Ele, ao contrário, manda todos os tiros no alvo.

Nosso herói não é exatamente do bem. Ele é um mercenário do mercado negro, aceita fazer qualquer coisa por dinheiro. Desta vez, ele terá que resgatar o filho adolescente de um poderoso chefão indiano, raptado por seu rival do pequeno país vizinho.

Vai acontecer tudo aquilo que você já imagina: inicialmente apenas preocupado em concluir seu serviço, Tyler se afeiçoa ao menino, que, com seu coração puro, irá mudar a personalidade bruta e irresponsável do mercenário.

Aparentemente óbvia, a história consegue ficar confusa. Tyler é contratado para resgatar o menino, mas o chefão indiano também manda um de seus asseclas em busca do rapaz. Isso faz com que os dois fiquem lutando entre si pela mesma meta, o que faz pouco sentido ou nenhum.

Além de brigarem entre si, os dois precisam ainda enfrentar toda a polícia de Bangladesh. É que o chefão das drogas de lá (que havia sequestrado o adolescente) tem o chefão da polícia no bolso. Mas não tem problema. Oficiais de terceiro mundo nunca atingem mocinhos loiros.

Assim, coitados dos policiais que estão apenas seguindo as ordens do patrão. Eles morrerão como moscas, às centenas, a cada vez que se aproximam dos canos fumegantes do mercenário e do assecla do indiano.

Há mais bobagens: o filme começa com a cena final, em que Tyler está encurralado numa ponte, enfrentando dezenas de agentes. E então, o filme volta para alguns dias antes e começa realmente. Difícil encontrar uma boa razão para essa escolha que não seja a de copiar outras milhares de produções que fizeram assim.

E mais um clichê chato: Tyler, quando colocado em situações de perigo, lembra de si mesmo numa praia com o filho, que morreu.​ Essas cenas são superclaras e com música emotiva, em contraponto ao clima escuro e sombrio que permeia o resto da obra.

Em resumo, é muita coisa ordinária para aguentar em um filme só.

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