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Tom Hanks afirma que Hollywood deve retratar o 'fardo do racismo'

Ator cobra que escolas não embranqueçam currículos para evitar desconforto nos alunos

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Brasília

O ator americano Tom Hanks afirmou que as obras de ficção devem retratar o racismo nos Estados Unidos, em texto que ele escreveu para o jornal The New York Times.

"Hoje, eu acho que o entretenimento ficcional histórico deve retratar o fardo do racismo em nossa nação para honrar a verossimilhança e autenticidade dessa forma de arte", ele escreveu em seu artigo.

No texto, Hanks afirma que estudou história americana ao longo de boa parte da vida, quase sempre sob uma perspectiva branca. Ele diz que não conhecia, por exemplo, o massacre ocorrido em 1921 em Tulsa, no estado de Oklahoma, em que brancos assassinaram ao menos 300 pessoas negras, até o ano passado, quando leu sobre o assunto no próprio jornal.

Ele diz que a trajetória do país que lhe foi ensinada continha poucos personagens negros e estende a crítica a Hollywood. "Até há relativamente pouco tempo, a indústria do entretenimento, que ajuda a definir o que vira história e o que é esquecido, fazia a mesma coisa. Isso inclui projetos meus", escreve.

"Até recentemente, o massacre de Tulsa não era visto em filmes ou séries. Graças a projetos atuais, como 'Watchmen' e 'Lovecraft Country' esse não é mais o caso. Como outros documentos históricos que mapeiam nosso DNA cultural, eles irão refletir quem realmente somos e ajudar a determinar qual a nossa história por completo, quais são os fatos de que precisamos nos lembrar."

O ator diz que o fato de as escolas não ensinarem casos como o do massacre, por "ser, talvez, doloroso demais para nossos jovens ouvidos brancos" resulta em uma omissão educacional inadmissível.

"Quão diferente as perspectivas teriam sido se nós todos tivessemos aprendido sobre Tulsa durante a quinta série? Hoje, eu acho a omissão trágica, uma oportunidade perdida, um momento de aprendizagem escanteado."

Tom Hanks conclui o artigo afirmando que as escolas devem passar a ensinar os alunos sobre o massacre de 1921 e que devem também parar de embranquecer os currículos "para evitar desconforto nos alunos".

"Uma Wall Street negra não teve sua existência permitida, foi reduzida a cinzas; mais de 20 anos depois, a Segunda Guerra Mundial foi vencida apesar da segregação racial institucionlizada; mais de 20 anos após isso, as missões Apollo colocaram 12 homens na Lua, enquanto outros homens estavam lutando pelo direito ao voto", afirma.

"A história dos Estados Unidos é bagunçada, mas saber disso nos faz pessoas mais sábias e mais fortes", escreve o ator.

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