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Por que 'Doutor Estranho' e outros filmes da Marvel são banidos da China

Além do longa estrelado por Benedict Cumberbatch, produções do estúdio não estreiam no país desde 'Vingadores: Ultimato'

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São Paulo

Estrelado por Benedict Cumberbatch, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" foi banido dos cinemas da China depois de um longo adiamento da data do lançamento no país, segundo o site CBR, especializado em cultura pop. A informação não foi oficializada pela Disney e pela Marvel, que produziram o longa, ou pelo governo chinês.

Benedict Cumberbatch em cena do filme 'Doutor Estranho no Multiverso da Loucura' - Divulgação

Segundo portais estrangeiros especializados na cobertura cinematográfica, o imbróglio pode ter sido causado por uma cena na abertura do filme em que uma banca de jornal mostra uma página do The Epoch Times, veículo de imprensa multilíngue que faz oposição ao Partido Comunista chinês, que governa o país em regime ditatorial.

A expectativa de que o filme não chegasse aos cinemas da China, no entanto, já é antiga. Isso porque desde "Vingadores: Ultimato", de 2019, nenhum filme de super-herói da Marvel foi lançado no país.

Entre os títulos que até hoje não estrearam na China, estão "Viúva Negra", "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", "Eternos" e "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa".​

Embora em alguns casos não se saiba o motivo da suspensão, em outros é possível deduzir. "Eternos" foi dirigido por Chloe Zhao, cineasta chinesa vencedora do Oscar por "Nomadland" que se tornou persona non grata do governo após fazer críticas ao país. Ela teve, por exemplo, artigos relacionados à sua carreira retirados da internet chinesa.

Já em "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa", de acordo com o site especializado Comic Book, os censores do governo chinês solicitaram que a Sony, produtora do filme, removesse ou pelo menos reduzisse a presença da estátua da Liberdade, cenário em que a batalha final da trama se dá.

A China adota regras de controle de conteúdo que suprimem tudo o que poderia violar os valores impostos pelo Partido Comunista chinês ou que sejam encarados como degradantes para a imagem nacionalista do país. As restrições se impõem também sobre as produções locais, que são obrigadas a banir artistas que tenham posições políticas que desagradem ao regime.

Os episódios de censura aos filmes da Marvel vão de encontro a um movimento recente dos estúdios de Hollywood, que têm sido atraídos pelo enorme lucro das bilheterias chinesas.

Exemplo desse processo foi o filme "Mulan", lançado em 2020. Também produzido pela Disney, que é dona da Marvel, o estúdio apostou num elenco de estrelas chinesas e fez adaptações para respeitar os costumes do país e aclamar sua tradição militar.

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