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Rodrigo Santoro e Anitta estrelam filme de Fernando Meirelles em Rio distópico

Com Isis Valverde e Grazi Massafera, longa vai retratar espetáculo com lutadores que encarnam animais do jogo do bicho

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Rio de Janeiro

Rodrigo Santoro foi chamado para o elenco da minissérie "Mar Morto" em 1995. Tratada como superprodução da TV Globo, a adaptação do romance de Jorge Amado seria dirigida por Fernando Meirelles. Mas a produção foi cancelada e "Mar Morto" se tornou base para a história de "Porto dos Milagres", novela de 2001.

"A gente se conheceu ali. O projeto de 'Mar Morto' não aconteceu e eu fiquei pensando: um dia trabalhar com o Fernando", diz Santoro à Folha. O encontro enfim acontece, quase 30 anos depois.

Grazi Massafera e Rodrigo Santoro durante gravação do filme 'Corrida dos Bichos' - Laura Campanella/Divulgação

Santoro é protagonista de "Corrida dos Bichos", longa coproduzido pela Prime Video e a O2 Filmes, com direção de Meirelles, Rodrigo Pesavento e Ernesto Solis —este também a cargo do roteiro. A produção teve orçamento estimado em mais de R$ 20 milhões. Ainda não há data para o lançamento.

"Corrida dos Bichos" se passa em um Rio de Janeiro futurista, com escassez de recursos naturais. O mar recuou e as praias da zona sul já não existem. No longa, jovens personificam cada um dos animais do jogo do bicho e lutam entre si para sobreviver.

Apostadores milionários controlam os participantes e a disputa é televisionada como um reality show. Abu, personagem interpretado por Santoro, é um ex-participante que hoje organiza os eventos.

Nesta sexta, o Prime Video divulgou a participação de Anitta no filme. Ela fará uma celebridade que ficou famosa narrando o show.

A ideia que serviu de ponto de partida para o filme foi encomendada a Solis há 15 anos. O plano era fazer algo ligado ao Rio de Janeiro e Solis pensou que o jogo do bicho era um bom condutor. "Acho a fábula uma proposta legal porque ela permite o exercício da fantasia."

"Não queria fazer um pastiche de ficção futurista gringa. Queria fazer um filme que fosse uma fábula futurista, mas contando uma história própria. Tecnologia é um fetiche do futuro, mas o que me interessa mais é falar do futuro social. Como as narrativas de futuro que a gente conhece são todas estrangeiras, são como se só eles tivessem direito ao futuro."

No jogo, personagens pulam obstáculos, correm e entram em disputa física. Apesar de não ter cenas de ação, Santoro fez aulas de parkour para incorporar na própria pele a experiência do show.

"Ele foi o maior campeão dessa corrida e se transformou no gerente do jogo. Na minha pesquisa, busquei alguns produtores antigos de Hollywood, como Robert Evans, para me inspirar. Ele tem um pouco de showrunner e de coach."

Para Matheus Abreu, que interpreta Mano, um corredor, a preparação para o filme marcou o reencontro com a capoeira. "A capoeira está sempre indo e voltando da minha rotina. Quando vi essa personagem percebi que seria a primeira vez que conseguia colocar a capoeira dentro do projeto", diz o ator, animado com o trabalho com Meirelles.

"A obra dele mexeu comigo antes de eu saber sobre atuação. "Cidade de Deus" é o filme que mais vi na minha vida. Vim com muita vontade de ver como acontecem as coisas no set com o Fernando e vi que ele experimenta, é inventivo, joga o jogo."

"Não consigo ficar sentado no set", diz Meirelles. "Em geral, pergunto para o ator o que ele está fazendo, o que ele está sentindo. Às vezes, dou um toquezinho. Mas meu jeito é mais perguntar. A gente faz um combinado."

Isis Valverde interpreta Nadine, personagem que se divide entre o universo dos corredores, que batalham pela sobreviver, e dos aristocratas. O passado de dores reflete na postura corporal da personagem.

"Dentro de si Nadine é um vulcão. Mas é uma personagem introspectiva e que gosta da postura de estar sob controle", diz Valverde, que se preparou com Fátima Toledo. "Quando me preparo prefiro não ir direto para o texto, e sim para o sentimento. Através do psicológico e o corpo vem junto."

A postura corporal também tem sido importante para Thainá Duarte. Ela decidiu ficar por três meses no Rio de Janeiro para incorporar a personagem Dalva. A atriz repete o que já havia feito antes das gravações da série "Cangaço Novo", quando, por conta da pandemia, permaneceu por meses na Paraíba.

"Às vezes, durante a cena, me pergunto: como essa personagem ficaria parada nesse momento? Como os cariocas param quando estão conversando? E quando estão sob circunstância de tensão, quais são os gestos que costumam fazer? É uma fala que articula as mãos, a boca. Então estar no lugar muda muito."

O elenco ainda conta com Seu Jorge, Bruno Gagliasso, Grazi Massafera e João Guilherme.

"Estamos com um elenco realmente incrível, e para a Amazon interessava mesmo nomes de peso. É um filme caro. São nomes que têm projeção, ajudam a empurrar o filme. Estou achando que esse filme vai pegar", diz Meirelles.

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