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Descrição de chapéu Depoimento

Silvio Santos contou traumas, brigas e segredos do sucesso a biógrafo

Jornalista relembra intimidades e fatos inusitados da convivência com o apresentador

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Ricardo Valladares

Jornalista, diretor da Mixirica Filmes, trabalhou na Folha, no Notícias Populares e na revista Veja. Foi consultor do apresentador Silvio Santos e fez parte do Conselho Executivo do SBT. Atualmente escreve a biografia de Silvio

[RESUMO] Jornalista que prepara biografia de Silvio Santos desvenda fatos da intimidade do apresentador, como seus problemas de saúde e no casamento, seus traumas pessoais e métodos inusitados de gerir o SBT. Silvio, morto em agosto aos 93 anos, viveu o paradoxo de ser o maior ícone da TV brasileira e um homem bastante reservado sobre a vida pessoal, enigma que o texto a seguir ajuda a desvendar.

No meio de um congestionamento monstro que parou São Paulo no começo dos anos 2000, Renata Abravanel —filha número seis de Silvio Santos e hoje presidente do conselho administrativo do grupo empresarial criado por ele— e eu experimentamos a popularidade do pai dela.

Dirigindo seu carrão Omega 2001, verde, o apresentador havia ido, como de hábito, ao salão do Jassa antes de gravar seu programa. O cabeleireiro, que se tornou grande amigo em meados dos anos 1970, usava um produto importado para dar volume ao cabelo de Silvio.

Atrasado para a gravação de seu programa —Sílvio não gostava de ver as pessoas das caravanas esperando—, perguntou qual o melhor caminho para chegar ao SBT. Por conta de uma enchente terrível na marginal Tietê, as vias para a Anhanguera, rodovia de acesso aos estúdios de sua emissora, estavam fechadas.

O jornalista Ricardo Valladares fotografa Silvio Santos no camarim do apresentador no SBT, no começo dos anos 2000 - Acervo pessoal

Dei a dica do Rodoanel, que ele não conhecia. Cinco minutos após entrarmos na estrada, o trânsito parou de vez. Centenas de pessoas desciam dos ônibus e das vans e caminhavam pelo acostamento. Sem nenhum pudor, Silvio acionou o pisca alerta do seu carro e também entrou pelo acostamento.

Virou para mim, ao seu lado, e para sua filha, que estava no banco de trás, sorriu e disse: "Querem ver uma coisa?". A partir dali ele buzinava, colocava seu rosto próximo à janela da frente, já que seu carro era blindado, abria o seu sorriso e todo feliz se exibia, vendo as pessoas olhando para trás.

Como numa cena de filme, o carro de Silvio passava no meio das pessoas. Os comentários eram os mais variados. Dava para ouvir gritos de "deixem o Silvio Santos passar", "Silvio, eu te amo", "Silvio Santos, você é meu ídolo", "Gente, é o Silvio Santos".

Percorremos assim um trajeto de mais de 10 quilômetros. Em alguns momentos dessa contravenção de trânsito, ele foi aplaudido. Como se estivesse comandando um auditório "drive thru", sorria e acenava com sua mão grande a todos e ria com seu eterno "raraiiii!".

A confiança que conquistei com Silvio Santos foi consequência do contato que tivemos em abril e maio de 2000. Como responsável pela cobertura de televisão da revista Veja, estive com ele para uma série de entrevistas. Conversamos por 25 horas, 14 delas gravadas. A reportagem saiu em uma capa da revista.

Ao longo das conversas, ele falava: "mas isso é um livro!". Na negociação de tempo de entrevista, ele havia dado 10 horas, mas acabou gostando de falar de toda a sua vida.

Estava tão feliz em relembrar suas histórias que, depois de alguns dias, me esperava na porta de seu camarim. Assim que entrávamos, oferecia algo para comer ou beber e pedia que eu me sentasse em seu sofá de couro branco.

Silvio era avesso à imprensa, tinha medo de que suas falas fossem deturpadas. Meu primeiro contato com ele havia sido em 1992, quando fiz uma reportagem para a Folha sobre um dia de gravação do seu programa Topa Tudo por Dinheiro. A exigência era que eu não poderia me dirigir a ele, a não ser que ele viesse ao meu encontro —o que aconteceu duas vezes.

Anos depois, após a publicação da capa da Veja intitulada "O Silvio que Você Nunca Viu", a primeira de três que escrevi sobre ele na revista, ele dizia que eu era um dos poucos jornalistas em que podia confiar. Começou a me ligar para conversar, saber o que eu achava de algum programa e, quando eu dava alguma boa ideia, ele mandava a direção de programação ou artística fazer a mudança.

Quando eu tinha que ir ao SBT fazer alguma matéria para a Veja, marcava uma carona com ele. Foram muitas as vezes em que tive Silvio Santos como meu motorista. Ou eu o encontrava no cabeleireiro Jassa ou ele me pegava na porta da Editora Abril.

Sempre nos despedíamos com um "não some, não". Por anos, ele me chamou para ser jurado do Troféu Imprensa, o que sempre recusei. Jamais entendi a nossa aproximação como uma amizade. Via como uma relação de confiança entre jornalista e fonte.

Ele me falava de alguns assuntos íntimos, desde motivos de brigas que teve com sua mulher, Íris —quando passou a dormir em uma cama de solteiro em sua mansão, no Morumbi— até problemas de impotência sexual. Contava dos remédios que tomava, de quando teve depressão e recorreu a tranquilizantes para poder dormir, das tentativas de fazer terapia que não deram certo.

Queixava-se também da mania de Íris de querer pintar a casa todo ano e da quantidade de empregados no lar, algo que o chateava por ter sempre alguém perambulando a sua volta. Em seu último mês de vida, eram 12 funcionários, apenas para ele e sua mulher.

Silvio passou seus últimos dois anos sem ir ao SBT. Ficava o dia todo no escritório de sua casa, geralmente de pijama. Saía pouco. Pedia milk shake ou abacate amassado para comer enquanto assistia à TV ou a filmes antigos e séries.

Acompanhei algumas vezes seu ritual de entrar no palco, quando ele ficava de cueca e vestia o terno passado e trazido por Raimunda, sua fiel escudeira que cuidava de seu camarim. Era então maquiado, colocava seus anéis e relógios falsificados dourados e seu icônico microfone.

Tomava seu café com leite, comia um queijo quente e um bife de 100 gramas, que muitas vezes ele mesmo fritava em uma chapa em seu camarim. Dizia que precisava de proteína para aguentar as quase cinco horas de gravação. No meio disso tudo, fazia perguntas como quem não quer nada, sempre curioso em saber da vida dos outros e o que cada um fazia para ganhar dinheiro.

Silvio sabia, ao longo de seus anos de vida profissional como camelô, locutor, dono de bar, apresentador e empresário, que a fórmula de seduzir seu interlocutor era se mostrar interessado e, ao mesmo tempo, entregar suas próprias intimidades.

Com isso, deixava as pessoas à vontade e tirava todas as informações necessárias para traçar um perfil —e eventualmente descobrir onde elas poderiam se encaixar em suas empresas. Estava sempre negociando.

Quanto mais eu escrevia na Veja pesadas críticas sobre a programação do SBT, mais ele ligava na Redação para criticar funcionários da emissora. Por várias vezes, passou informações sobre custos e bastidores de sua televisão. Era fácil perceber quando queria "fritar" um apresentador que não ia bem de audiência.

Por conta de nossas conversas sobre conteúdo e formatos de programas, Silvio dizia que eu deveria trabalhar com ele no SBT —e também na formação profissional de suas filhas, que estavam se interessando pela emissora.

A sua filha número três, Daniela Abravanel Beyruti, hoje vice-presidente do SBT, na época dirigia o programa de talentos Ídolos. Apesar de participar das reuniões de diretoria ao lado da irmã Rebeca Abravanel —filha número cinco, hoje apresentadora—, ele não queria que as tratassem como filhas do dono. "Ficam puxando o saco delas e aí fica muito fácil", dizia Silvio.

Certa vez, sem que eu soubesse, ligou para o diretor da Abril, Roberto Civita, dizendo que queria me dar um carro de presente. O doutor Roberto me ligou na Veja e contou a conversa que tiveram. Ele disse que "nem fodendo, um jornalista da Veja não pode aceitar presente. Ele que te convide para jantar na casa dele, esse maluco". Rimos da situação e pedi que o Roberto me desse o carro —a resposta foi a mesma que ele deu para o dono do SBT.

Silvio e Roberto tiveram uma rixa no final dos anos 1980, quando a Abril estava prestes a comprar a TV Record, que havia sido de Silvio até que o governo o obrigara a vender porque ele não poderia ter duas emissoras. Na hora da assinatura, que seria um grande passo para Roberto na empresa que seu pai levantara, Silvio desistiu e desfez o acordo.

Ficaram por mais de uma década sem conversar. Após um pedido de Silvio, eu os coloquei em contato para acabar com o desentendimento. O aperto de mãos foi selado em uma visita do apresentador ao então prédio sede da Editora Abril, na marginal Pinheiros.

Nos anos seguintes, Silvio sempre me cercava com convites de trabalho. Depois de uma proposta financeira interessante, deixei a Redação da Veja para ser seu consultor no SBT, em 2006. Um mês depois, ele me ofereceu um novo cargo —fazer parte do Conselho Executivo, ao lado de outros três experientes executivos da emissora, José Roberto Maciel, Roberto Franco e Guilherme Stoliar.

A nova função executiva era a de diretor artístico, além de cuidar do jornalismo da emissora. Minhas conversas com Silvio eram as mais surreais e com ele vivi momentos inusitados, como no dia em que apareceu com o jogador Pelé em minha sala.

Eu enviava sugestões por escrito e, quando ele não me chamava em sua sala, próxima a minha, ou em seu camarim, respondia no próprio papel da sugestão, com palavras curtas como "ok", "vamos aguardar", "boa ideia", "não me interessa". Tudo o que era passado a ele tinha que ser curto e bem explicado.

Em uma dessas vezes, ele queria contratar um apresentador que estava sendo acusado de ter batido na mulher. Eu o aconselhei a não fazer isso, dizendo que não era apropriado colocar um agressor para apresentar um programa aos domingos, em um momento em que a emissora buscava o conceito de ser uma televisão para a família. Silvio rebateu com um "ele é um bom apresentador, você não me deixa fazer nada". Mas seguiu minha sugestão —pelo menos desta vez.

Silvio enlouquecia vários departamentos da emissora com suas mudanças nos horários dos programas. O comentário na diretoria era: "ele acerta muito, mas erra muito também" e ainda "a cabeça do Silvio é igual bumbum de nenê, ninguém sabe o que vai sair".

Era comum receber ligação dele pedindo para tirar apresentador do ar, cortar o cabelo de jornalista ou pagar contratos caros sem que o conteúdo tivesse sido levado ao ar até o final. Se desse pouca audiência, caía fora da grade. "Seu Silvio mandou" era a senha que usavam na emissora para fazer mudanças. Às vezes, ele nem sabia. "Usam meu nome pra tudo", reclamou um dia.

Quando algo saía errado em seu programa, ele pedia para mandar embora o responsável. Teve funcionário que foi dispensando, mas ficou escondido por alguns dias pela produção e depois voltou. Alguns eram despedidos e recontratados alguns dias depois. Silvio esquecia ou deixava para lá.

Quando estava bravo, com a cara fechada, os funcionários se esquivavam do "seu Silvio". Nas entrevistas para a biografia que escrevo, mais de uma vez ouvi ex-diretores de seus programas falando que sonham até hoje com as broncas que tomaram. Um funcionário-parente no SBT chegava a gravar as conversas por telefone, para o caso de Silvio negar que havia dado determinada ordem.

Artistas dificilmente tinham acesso a ele depois que assinavam o contrato. O modus operandi de Silvio para contratar um profissional era a sua sedutora ligação por telefone com uma proposta financeira irrecusável. Depois disso, o artista só o veria se Zilda, a fiel secretária de Silvio, chamasse.

Pessoa de extrema confiança, Zilda começou a trabalhar como sua secretária em 1975. Ouvir seu nome ao telefone era como subir ao céu —ou descer ao inferno. Ou era um elogio, ou uma bronca. Geralmente bronca.

Em uma dessas vezes, ele chamou Adriane Galisteu para dar um pito daqueles. Silvio ouviu de uma de suas fontes na emissora que ela havia colocado o próprio motorista para participar de um programa de prêmios que apresentava na madrugada do SBT. A palavra mais leve que ouviu foi "antiética". Adriane me contou isso chorando.

Assim como ela, a jornalista Ana Paula Padrão foi à minha sala chorar sobre as mudanças de horário em seu jornal noturno. Silvio reclamava que elas tratavam os seus programas como se fossem delas, e não da emissora. "Elas ganham bem, estou ficando de saco cheio", disse algumas vezes.

Para que algumas mudanças não acontecessem —pois essas interferências prejudicavam o departamento comercial, que já havia vendido a publicidade do horário—, o Conselho Executivo entrava com um pedido oficial para que Silvio revisse sua ordem. Era como se um advogado de defesa pedisse, em última instância, um habeas corpus ao Supremo.

Quando contratava seus apresentadores, Silvio dava total liberdade, mas a cláusula "horário" era uma pegadinha. Ele mantinha esse poder para "brincar" na grade de acordo com seus estudos diários de audiência.

Por outro lado, não deixava que mandassem embora artistas doentes ou velhos demais para o trabalho. Foi assim com a apresentadora Hebe Camargo —a recontratou sabendo que ela estava com câncer terminal— e com o jornalista Carlos Nascimento —que passou por um período difícil, mas teve o contrato renovado e não precisou voltar ao ar até estar recuperado.

Para os funcionários mais velhos, dava um salário vitalício. Foi assim com Dercy Gonçalves e Ruth Romcy (que atuava em pegadinhas). Mesmo afastado e enfrentando problemas de saúde, Gonçalo Roque ainda é contratado da emissora. Silvio o conheceu em 1954, quando o ex-ajudante de palco era office boy e porteiro na Rádio Nacional, em São Paulo. "Roque, assim como o Lombardi, eram personagens que serviam de escada para as minhas falas", disse Silvio.

Já os recém-contratados recebiam dicas de comportamento para lidar com Silvio. "Não abordá-lo no estacionamento", "não procurá-lo no Jassa", "não usar perfume ao lado dele, que é alérgico" —esta última apesar de o Grupo Silvio Santos ter uma empresa de perfumes.

Saí do cargo de direção da emissora e permaneci como consultor pessoal por mais quatro anos. Continuamos nos falando, mas cada vez menos ao longo do tempo. Minha função era enviar à sua casa análises de programas, sem que a diretoria da emissora soubesse.

Também editei, junto a profissionais do SBT, os 18 primeiros capítulos da novela "Revelação" (2008), a estreia de Íris Abravanel, sua mulher, na teledramaturgia. Bem a seu estilo, Silvio pediu que outro funcionário da emissora fizesse ao mesmo tempo outra edição. Como uma competição, a minha versão, mostrada a várias pessoas por ele, ganhou. Assim era sua forma de administrar, muitas vezes colocando um contra o outro. Outro fato pitoresco é que a novela só foi levada ao ar após o término integral de sua gravação.

Depois que deixou de ser locutor da Rádio Nacional e criou seu programa de TV no início dos anos 1960, Silvio nunca mais foi funcionário de ninguém. Foi patrão.

Certa vez, perguntei a ele o que faria se perdesse tudo que amealhou ao longo da vida. Sem titubear, disse que não trabalharia para ninguém. Que não teria pudor nenhum em ir até o Ceasa e comprar algumas bananas para vender na rua. Com o lucro, compraria mais e mais até ter dinheiro suficiente para montar uma banca de frutas, um negócio próprio.

Ele considerava a morte de sua primeira mulher, Cidinha, um dos piores momentos da vida. Outras perdas dolorosas foram as de seu pai, Alberto, de sua mãe, Rebeca, e de seu irmão Leon. Também incluía nesta lista sua candidatura à Presidência da República impugnada em 1989, o sequestro de sua filha Patrícia, em 2001, e o rombo de seu banco Panamericano, em 2010.

No caso do banco, ele quase perdeu todos os seus bens. Foi até o presidente Lula (PT), então no fim de seu segundo mandato, pedir ajuda para vender a instituição financeira e se livrar do perrengue. No dia em que sua diretoria foi retirada do banco pela Justiça, ele recusou-se a comentar o assunto comigo.

Preferiu falar dos últimos filmes de que havia gostado. Era seu jeito de aparentar estar no controle da situação, sem um pingo de angústia. O único fato positivo do escândalo, a seu ver, foi unir suas seis filhas.

Cintia e Silvia, do primeiro casamento, não tinham muita intimidade com as quatro irmãs, fruto de sua união com Íris: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata. Por muito tempo, para as duas filhas mais velhas, Íris era a responsável pelo fim do primeiro casamento do pai. Depois do rombo do banco, porém, todas ficaram amigas e até hoje mantêm um grupo no WhatsApp para conversar.

Em uma das entrevistas que fiz com Silvio, ele chorou copiosamente ao falar de Cidinha. Quando ela morreu de câncer, em 1977, Daniela já havia nascido, e Íris estava grávida da Patrícia. Silvio disse o quanto foi injusto com ela e o quanto a amou. Por cinco minutos, ficou abalado. Paramos a entrevista, ele tomou água, e logo voltou a ser Silvio Santos, sacando um boneco de ventríloquo e dando voz a ele com a boca fechada.

Esse foi um dos truques que aprendeu nos circos por onde andou quando apresentava a Caravana do Peru que Fala, nos anos 1950. Peru que Fala foi o apelido que ganhou de seu mestre, Manuel de Nóbrega, radialista e humorista criador da "Praça da Alegria", que deu a ele o Baú da Felicidade.

Silvio o considerava um segundo pai. Em razão disso, sabia-se no SBT que Carlos Alberto de Nóbrega, filho de Manuel e apresentador do humorístico "A Praça É Nossa", jamais seria demitido da emissora.

O nome de batismo, Senor Abravanel, praticamente deixou de existir no final dos anos 1940, quando ele assumiu o cargo de locutor em rádios cariocas. A partir dali, eternizou-se como Silvio Santos, ícone midiático que pelos 75 anos seguintes sempre trafegou, com alegria contagiante, pelo acostamento, fora das vias tradicionais do entretenimento brasileiro.

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