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Com dois casos de racismo em um mês, Sephora fecha lojas para treinamento

Gigante de cosméticos treinou colaboradores por uma hora nesta quarta para workshop sobre diversidade

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Washington

Um dia antes de fechar todas as suas lojas e escritórios nos Estados Unidos para treinar funcionários sobre diversidade a Sephora foi mais uma vez protagonista de um caso de racismo.

A atriz comediante Leslie Jones relatou nesta quarta-feira (4) que sua maquiadora foi mal tratada por vendedores e pelo gerente de um das filiais da gigante de cosméticos em Nova York. Leslie e sua assistente são negras.

"Eu mandei minha maquiadora e a melhor amiga da minha esposa para a loja da Sephora na Broadway. Ela precisava de maquiagem e aprender como aplicar. Minha maquiadora acabou de me ligar chorando sobre o quão mal eles as trataram. Vendedor e gerente. Chega de Sephora", escreveu Leslie em sua conta no Twitter.

Loja da Sephora em Chicago, nos Estados Unidos - Scott Olson - 5.jun.19/Getty Images/AFP

A marca respondeu, também via rede social, que sentia muito sobre o episódio e que gostaria de entrar em contato diretamente com a atriz e suas amigas.

Nesta quarta-feira (5) a Sephora fechou por uma hora suas mais de 400 lojas, centros de distribuição e escritórios nos EUA para dar um treinamento sobre diversidade para 16 mil funcionários.

Mas esta não foi a primeira vez que a gigante de cosméticos chamou atenção por casos de discriminação. No início de maio, a cantora americana SZA acusou a loja de racismo.

Ela relatou que um funcionário da Sephora em uma filial da Califórnia chamou a segurança porque desconfiava que a artista, que também é negra, estava roubando.

"Tivemos uma longa conversa. Tenha um dia abençoado, Sandy", escreveu SZA em sua conta no Twitter, referindo-se à colaboradora da loja.

Duas semanas depois, a Sephora anunciou o treinamento desta quarta, mas afirmou em nota que ele já estava sendo planejado antes do episódio envolvendo a cantora.

Indicada a vários prêmios Grammy em 2017, SZA, inclusive, já trabalhou para a marca de cosméticos no passado. 

"Você é parte da família Sephora, e estamos comprometidos para assegurar que cada membro de nossa comunidade se sinta bem-vindo e incluído em nossas lojas". Essa foi a resposta da companhia à cantora.

"Embora seja verdade que a experiência da SZA ocorreu antes do lançamento da campanha 'We Belong to Something Beautiful', a campanha não foi o resultado deste tuíte. No entanto, reforça porque o pertencimento é agora mais importante do que nunca", diz a nota divulgada pela empresa, referindo-se a temas como identidade de gênero, raça e etnia e idade.

Segundo a Sephora, o planejamento de fechar as lojas para o workshop estava em desenvolvimento há seis meses e faz parte de "uma longa jornada em nossa aspiração de criar uma comunidade de beleza e local de trabalho mais inclusiva, com a formação de funcionários, a construção de programas sociais e filantrópicos e a capacitação inclusiva para todos os supervisores".

Após os episódios envolvendo SZA e Leslie, que ofuscaram o possível impacto positivo da ação, consumidores criticaram a postura da empresa.

Eles alegam, principalmente, que a marca responde de pronto apenas quando os casos envolvem celebridades --SZA tem 2,6 milhões de seguidores no Twitter e Leslie tem quase 1 milhão-- temendo a repercussão negativa.

"Eu tenho 60 anos e os vendedoras da Sephora geralmente me tratam como se eu fosse invisível", escreveu uma das seguidoras da comediante americana. "Eu preciso de ajuda com minha pele e a maquiagem precisa mudar junto com sua idade, mas não há ajuda na Sephora".

"Vocês devem ler os outros comentários. Não é só Leslie e suas amigas. Sephora é conhecida por ter um serviço a consumidores ruim em suas lojas", escreveu outra usuária.

O fechamento das lojas da Sephora nos EUA acontece um ano depois que a rede de cafés Starbucks --uma das mais populares do país-- também fechou suas 8 mil filiais para um dia de treinamento sobre discriminação racial.

Nesse caso, um gerente chamou a polícia para dois homens negros que estavam conversando em uma das lojas na Filadélfia.

Desde então, a rede mudou sua política e agora não é mais necessário comprar algum produtor para usar o banheiro ou apenas ficar dentro de um Starbucks nos EUA.
 

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