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Agrishow anuncia R$ 13,6 bilhões em negócios com máquinas agrícolas

Principal referência do país, feira agro em Ribeirão Preto afirma que pequenos produtores rurais foram responsáveis pela alta

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Ribeirão Preto

A Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) anunciou nesta sexta-feira (3) ter gerado R$ 13,6 bilhões em intenções de negócios desde segunda-feira (29) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

Em valores nominais, é o maior faturamento da história da feira, que está em sua 29ª edição, e fica muito próximo dos R$ 13,3 bilhões do ano passado, quando corrigidos pela inflação (R$ 13,7 bilhões).

Vista aérea da Agrishow, feira agrícola que termina nesta sexta-feira em Ribeirão Preto
Vista aérea da Agrishow, feira agrícola que termina nesta sexta-feira em Ribeirão Preto - Divulgação

Os dados são consolidados até as 12h desta sexta-feira e se referem a intenções de negócios, ou seja, propostas preenchidas que podem ou não se concretizarem nas próximas semanas e meses.

A feira recebeu, em seus cinco dias de visitação pública, 195 mil pessoas, repetindo o total de visitantes da edição do ano passado.

A sinalização de que o volume financeiro negociado na feira seria recorde já tinha sido dado na quinta-feira (2), quando a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, anunciou que a meta de R$ 3 bilhões em negócios estabelecida pelo banco já tinha sido atingida.

O BB fechou a quinta com um total de R$ 3,2 bilhões em propostas acolhidas, recorde histórico para o banco e, também, o maior já registrado numa feira agrícola.

A feira mostrou, segundo o vice-presidente de agronegócios e agricultura familiar do banco, Luiz Gustavo Braz Lage, que os agricultores de todos os portes estão investindo para melhorar a produtividade.

Neste ano, o Banco do Brasil já recebeu R$ 11,9 bilhões em propostas nas feiras em que participou, 20,2% mais que no mesmo período do ano passado.

Carlos Aguiar, diretor de Agronegócio do Santander, disse na Agrishow que está mirando um crescimento de carteira do agro neste ano entre 15% e 20%, ante os 40% de alta no ano passado.

"Então é um freio de arrumação no setor, é uma hora de estar próximo do produtor e apoiá-lo para seguirmos crescendo depois desse freio de arrumação", disse.

Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, a organização da Agrishow divulgou os dados financeiros do evento por meio de um comunicado, não em uma entrevista a jornalistas.

Segundo a organização, a decisão foi tomada em virtude do acidente ocorrido na quinta-feira envolvendo um helicóptero e que deixou duas pessoas feridas, uma delas em estado mais delicado e que está internada em Ribeirão.

O acidente envolveu um helicóptero particular e uma das tendas da Agrishow. Quando a aeronave se aproximava do pouso, a estrutura da tenda desabou parcialmente.

A suspeita é que isso ocorreu por causa da força do vento provocado pelas pás do helicóptero. A feira agrícola suspendeu, desde então, os pousos e decolagens do local.

Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Agrishow, João Carlos Marchesan, disse que que a infraestrutura da feira foi um dos destaques, por permitir melhor experiência principalmente para agricultores familiares —parcela do agro apontada como responsável pelo crescimento da feira agrícola.

"A Agrishow deste ano vem muito alinhada com o que os movimentos de mercado que estão acontecendo, que é pequeno e médio agricultor comprando máquinas", afirmou Ordely Júnior, gerente de vendas Massey Ferguson.

De acordo com ele, os grandes produtores rurais também estão adquirindo maquinário, mas os pequenos e médios estão muito concentrados em agricultura familiar, produzindo fumo, citricultura e café.

"Essas culturas estão muito bem cotadas, valorizadas, isso acaba demandando maquinário, principalmente tratores nessas culturas, nesses segmentos. Além disso, a perspectiva de clima para os próximos meses, durante o ano, que é o La Niña, vai ajudar bastante o Centro-Oeste, cerrado principalmente, que passou por período de estiagem na safra anterior e com o advento da La Niña vai contribuir bastante, o clima vai influenciar bastante na tomada de decisão e na compra por equipamento."

Outro ponto, na avaliação do gerente de vendas, é que o agricultor não para e precisa continuar investindo.

Marchesan disse ainda que, apesar de fatores adversos nos últimos meses, como o clima e taxa de juros, as expectativas foram superadas. "Mantivemos os visitantes e aumentamos as intenções de negócios."

ROBÔS NO CAMPO

Entre os fabricantes que venderam mais neste ano está a Solinftec, que superou em 20% a meta de vendas de sua plataforma de inteligência artificial para o mercado de cana-de-açúcar, grãos e culturas perenes.

A Solinftec anunciou na Agrishow a primeira fazenda robotizada no país, em Rio Verde (GO), numa área de 13 mil hectares —ela terá dez robôs em suas lavouras a partir de setembro, que trabalharão de forma autônoma.

Já a Grunner, de Lençois Paulista (SP) e com seis anos de mercado, afirmou que vendeu 7% mais neste ano que em 2023, com R$ 90 milhões em negócios envolvendo, por exemplo, um equipamento com multifuncionalidades para lavouras de grãos, que faz correção, adubação e ainda é uma graneleira.

A XCMG, fabricante de máquinas como mini escavadeira, vendeu 15% mais que em 2023, segundo Renato Torres, diretor comercial da empresa.

A 30ª edição da Agrishow ocorrerá entre os dias 28 de abril e 2 de maio de 2025 em Ribeirão Preto.

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