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XP lança piloto de cartão de crédito para funcionários e agentes autônomos

Instituição promete devolver um percentual dos gastos em aplicação em um fundo de investimento

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São Paulo

A XP anunciou hoje o lançamento, ainda em fase de testes, de seu cartão de crédito. Nessa primeira etapa ele será oferecido apenas a 1.000 funcionários e agentes autônomos e a expectativa é que o produto comece a ser vendido aos clientes no último trimestre deste ano.

Segundo o diretor financeiro do grupo, Bruno Constantino, não haverá cobrança de anuidade e o sistema de recompensa será em investimentos: um percentual dos gastos no cartão será revertido em uma aplicação automática em um fundo de investimento. O executivo não disse, porém, qual deve ser o percentual.

No Brasil, o sistema de cash back (dinheiro de volta) nunca emplacou como recompensa em cartões de crédito. O sistema mais usado, e que gera engajamento do consumidor, é o de pontos que podem ser trocados por passagens aéreas ou produtos.

XP Investimentos em sua abertura de capital em Nova York - Divulgação

“O cash back não pegou, não sei dizer exatamente o por quê. Não vejo que é isso [o percentual de cash back revertido ao fundo] que vá fazer diferença. É mais um mindset de receber retorno em investimento”, disse Constantino.

Ele afirmou não ter uma meta de quantos clientes da XP devem contratar o cartão da corretora, mas afirmou que não haveria motivo para um investidor não querer o produto.

A XP Inc. tem 2,4 milhões de clientes ativos, mas eles são distribuídos nas corretoras XP, Rico e Clear. O cartão é para os clientes da XP, dado não divulgado.

Como comparação, o Nubank, que tem discurso semelhante ao da XP sobre tirar os clientes dos grandes bancos, alcançou 13 milhões de cartões de crédito emitidos.

Constantino também afirmou que a taxa de juros do rotativo deve ser menor que a média do mercado, sem citar qual é a taxa média que ele vê nos concorrentes e sem fixar nenhum tipo de horizonte para esse custo.

O rotativo é a linha de crédito com a taxa mais cara do mercado. Segundo dados do Banco Central, a taxa média é de 244% ao ano --a taxa Selic é de 2,25% ao ano.

A bandeira do cartão de crédito será Visa e o limite de crédito, dinâmico (ou seja, pode mudar ao longo do tempo).

O executivo acrescentou que também no quarto trimestre deve ser feito o lançamento da conta digital, mais um passo para tentar tirar o cliente dos grandes bancos e trazer todo o relacionamento financeiro para a XP que, na prática, também é um banco com licença do Banco Central.

“O objetivo é cortar o cordão umbilical do nosso cliente com o banco porque a gente vai conseguir oferecer todos os serviços. A gente vai agregando conta digital, pagamentos, débito”, disse Constantino.
O cartão de débito, no entanto, só deve ser lançado no próximo ano.

A XP está há mais de 20 anos no mercado e cresceu calcada no discurso de desbancarização.
No mês passado, entrou em uma briga pública com o Itaú, maior banco privado do país e que é dono de 46% da XP. Naquele momento, o pano de fundo eram os gerentes do segmento alta renda (Personnalité) que estariam se convertendo em agentes autônomos da corretora.

Mas a XP tem ainda um rival, cuja disputa voltou aos holofotes este mês: o BTG Pactual.

Na semana passada, um dos maiores escritórios de agentes autônomos do país, o EQI, anunciou a saída da XP e a filiação ao BTG. O EQI terá o apoio do BTG para se tornar uma corretora.

Ele não foi sozinho: outros três escritórios, ainda que menores, anunciaram a mudança de vínculo, segundo reportagem do Valor Econômico.

Existem cerca 8.000 agentes autônomos no país já vinculados a uma corretora --o acordo é de exclusividade, segundo regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Desses, 7.000 estão com a XP.

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