Espaço aberto pela PEC dos Precatórios não vai para a política, diz Guedes
Segundo ministro, recursos vão para Auxílio Brasil, vacinas e desoneração da folha
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (3) que os recursos liberados pela revisão no teto de gastos não irão para a política, ponderando que a ideia de mudar a regra não partiu do Ministério da Economia.
Em apresentação no Encontro Anual da Indústria Química, Guedes disse que a alteração na norma fiscal é tecnicamente sustentada.
"A revisão do teto não veio da economia, mas é tecnicamente sustentada, e o dinheiro não está indo para a política", disse.
De acordo com o ministro, o espaço fiscal aberto pela PEC dos Precatórios será direcionado para ações como o programa Auxílio Brasil, compra de vacinas e a desoneração da folha de empresas.
Segundo ele, a versão aprovada da PEC, que ainda depende de validação final da Câmara, não é exatamente como o governo propôs, mas é satisfatória e traz previsibilidade para as despesas públicas.
"Gostaríamos que fosse para sempre (o teto para precatórios), mas aprovaram só até 2026", afirmou.
Aperto monetário
Guedes afirmou ainda que o processo de elevação da taxa de juros pelo Banco Central desacelera o crescimento do país, mas ponderou que a melhora observada no ritmo de investimentos aponta para dados positivos na atividade à frente.
Em apresentação no Encontro Anual da Indústria Química, Guedes afirmou ainda que o Brasil vai crescer e "sair do buraco", mesmo que em menor velocidade durante o combate à inflação.
Segundo ele, o governo fez uma despolitização da moeda ao aprovar a autonomia formal do BC.
"De um lado, temos um fator de desaceleração, que é a atuação do Banco Central combatendo a inflação, mas, de outro lado, temos um fator de sustentação do crescimento, que é a taxa de investimento", afirmou.
De acordo com o ministro, a proporção de investimentos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) atingiu pico de 19,4% e deve caminhar para 20% em 2022.
Guedes voltou a comentar o resultado do PIB do terceiro trimestre, afirmando que o dado —que apontou retração de 0,1% sobre o segundo trimestre— foi puxado pela agricultura, que desabou 8%, segundo ele, em função do mau tempo.
O ministro rebateu críticas de que o país não está crescendo e afirmou que a recuperação em "V" da atividade já aconteceu. Para ele, afirmações de que não há sustentação fiscal no Brasil são "loucura e militância".
"Previsões catastróficas nos perseguem desde o primeiro dia de governo. [...] Não significa que eu ache que é o melhor governo do mundo, mas não é tão ruim quanto estão dizendo", afirmou.
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