Lula levará à TV promessa de isenção do IR até faixa de R$ 3.000
Perda de arrecadação seria compensada com tributação sobre lucro e dividendos
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Em um aceno à classe média, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levará na semana que vem ao programa eleitoral promessa de reajustar a tabela do Imposto de Renda, o que não é feito desde 2015. A proposta é fazer a correção acumulada dos sete anos.
Segundo cálculo da equipe de Lula, a inflação acumulada no período é de cerca de 50%.
Com o reajuste, a faixa faixa de isenção do Imposto de Renda subiria para R$ 3.000. Hoje a faixa de isenção é de até R$ 1.903,98. Ou seja, quem ganha pouco mais de um salário mínimo paga Imposto de Renda.
O reajuste da faixa de isenção teria o efeito de empurrar as demais faixas.
Os valores terão de ser recalculados, mas, numa simulação meramente ilustrativa, tomando como base os intervalos atuais, pode-se dizer que quem ganha entre R$ 3.000 e R$ 3.900 passaria a pagar a alíquota de 7,5%. Sobre rendimentos no intervalo seguinte, até R$ 4.800, incidiria a alíquota de 15%. A alíquota de 22,5% passaria a incidir até cerca de R$ 5.700, sendo que a alíquota máxima recairia acima desse valor.
Hoje, paga alíquota máxima quem ganha acima de R$ 4.664.
"Queremos levar a faixa de isenção para onde ela deveria estar se o reajuste tivesse sido feito, com isso, as demais faixas serão afetadas e toda a classe média vai pagar menos Imposto de Renda", disse um dos integrantes da comissão de redação do programa de governo do petista, o economista Guilherme Mello.
Segundo Mello, em caso de eleição de Lula, a correção da tabela seria implementada dentro de uma proposta de reforma tributária.
A perda de arrecadação provocada pelo reajuste da tabela do IR, diz, seria parcialmente compensada pela tributação sobre distribuição de lucros e dividendos, além de outras medidas como combate à sonegação.
"A perda vai ser compensada na tributação dos mais ricos", afirmou o economista.
Segundo Mello, a incidência de um tributo sobre lucros e dividendos também se daria de forma progressiva. A proposta é fazer os ajustes para equiparar a tributação sobre a renda do capital à tributação sobre a renda do trabalho. Ao mesmo tempo, haveria redução da tributação sobre o lucro da empresa.
A meta é, ao final, manter a carga total atual, mas garantir à empresa uma alíquota efetiva dentro da média internacional.
Na campanha de 2018, Jair Bolsonaro (PL) prometeu que faria o reajuste da tabela do Imposto de Renda, mas não concretizou a promessa eleitoral. Com a alta da inflação nos últimos dois anos, a defasagem atingiu pico histórico.
Segundo Mello, o reajuste foi uma prática dos governos anteriores do PT que Lula pretende manter em um eventual terceiro mandato.
Lula está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, à frente de Bolsonaro.
Na largada da disputa do segundo turno da disputa presidencial deste ano, o petista marca 49% da intenção de votos aferida pelo Datafolha em sua primeira pesquisa desta etapa da corrida. Se a eleição fosse hoje, 44% dizem votar no atual presidente.
Os indecisos são 2%, e brancos e nulos somam 6%. A pesquisa é um retrato do momento e não necessariamente reflete a votação que os candidatos terão.
Colaborou Alexa Salomão.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters