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Bolsas levam novo tombo após alta dos empregos nos EUA

Mercado de trabalho aquecido reforça expectativa de elevação dos juros

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São Paulo

Índices do mercado financeiro desta sexta-feira (7) voltaram a revelar a preocupação de investidores quanto ao futuro da economia global após um relatório sobre a criação de empregos nos Estados Unidos indicar que os juros continuarão subindo agressivamente na batalha do Federal Reserve, o banco central americano, contra a inflação.

O temor da desaceleração econômica que a alta do custo do crédito pode causar derrubou os mercados de ações mais uma vez e valorizou o dólar globalmente diante da procura de investidores por segurança em ativos ligados à moeda americana.

Em Wall Street, os principais índices de ações fecharam em forte queda. O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, caiu 2,80%. O Dow Jones perdeu 2,11%, enquanto o Nasdaq afundou 3,80%.

Embora tenha sustentado uma alta semanal de 1,5% nesta semana, o S&P 500 mergulha quase 24% em 2022.

Placa anuncia contratações na rede de lojas de conveniência 7-Eleven em Cambridge, Massachusetts, nos EUA
Placa anuncia contratações na rede de lojas de conveniência 7-Eleven em Cambridge, Massachusetts, nos EUA - Brian Snyder - 8.jul.2022/Reuters

No Brasil, o impacto da pressão negativa do exterior segue amenizado por um cenário de inflação em queda, juros estabilizados (em um elevado patamar de 13,75% ao ano) e redução das preocupações com a condução da economia após a eleições.

O dólar comercial à vista subiu 0,05%, cotado a R$ 5,2130. A moeda caiu 3,3% em relação ao real sobre o fechamento da última sexta, seu maior recuo semanal desde julho.

Na Bolsa de Valores, o índice Ibovespa recuou 1%, aos 116.376 pontos. No acumulado desta semana, o indicador subiu 5,76%.

A Cosan desabou 8,72% após anunciar que adquiriu participação de 4,9% do total de ações ordinárias da Vale, que caiu 0,05%

Relatório do Departamento do Trabalho americano mostrou que a criação líquida de empregos fora do setor agrícola foi de 263 mil no mês passado, após 315 mil em agosto.

Os dados também mostraram que a taxa de desemprego caiu para 3,5% em setembro, abaixo da expectativa de manutenção em 3,7%.

"O dado de hoje reiterou uma geração muito sólida de emprego, o que deve pressionar o banco central americano a seguir no ritmo atual de alta de juro", disse o economista Carlos Macedo, especialista em alocação de investimentos da Warren.

Operadores passaram a precificar uma chance de 92% de haver alta de 0,75 ponto percentual nos juros pelo Fed em novembro, acima da probabilidade de 83,4% vista antes do relatório, reportou a agência Reuters

O aumento agressivo dos custos dos empréstimos pelo banco central dos EUA tem alimentado temores de desaceleração do crescimento econômico e impacto nos lucros corporativos, mas, com o mercado de trabalho permanecendo apertado, o Fed provavelmente continuará com seu plano de aperto monetário.

"Os investidores não têm confiança em um pouso suave porque o Fed continua tendo que subir cada vez os juros mais para começar a desacelerar a economia", disse Kim Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partners, à Reuters.

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