Copel vê 'timing' da privatização associado à renovação da concessão de hidrelétrica
Governo paranaense anunciou nesta segunda-feira (21) a intenção de privatizar a companhia de energia
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A Copel enxerga no processo de privatização, revelado nesta segunda-feira (21), uma oportunidade importante para que a elétrica consiga renovar a concessão e preservar no portfólio 100% de seu principal de ativo de geração de energia, a usina hidrelétrica Foz do Areia —que, pelas regras atuais, precisaria ter seu controle vendido até o final de 2023.
Em videoconferência nesta terça-feira para apresentar um novo plano estratégico, o CEO da Copel, Daniel Slaviero, destacou a relevância do tema de Foz do Areia, sinalizando que o "timing" para a privatização será influenciado por essa discussão.
Com 1.676 MW (megawatts) de capacidade instalada, a hidrelétrica é o principal ativo de geração da Copel, gerando cerca de R$ 450 milhões em Ebitda anual, e tem sua concessão expirando em dezembro de 2024.
Pelo fato de ser uma estatal, a Copel precisa necessariamente vender o controle de Foz do Areia se quiser renovar a concessão e manter uma participação, ainda que minoritária, sem enfrentar um leilão de relicitação do ativo.
"Temos um encontro marcado com a realidade, que é dia 10 de dezembro de 2023, que é ter que pagar R$ 1,83 bilhão (a título de bônus de outorga), seja ficando com 100% (da hidrelétrica), seja (tendo) um parceiro privado com 51%. Esse processo (privatização) tem que acontecer nesse período, ou no mínimo um 'dual track', em paralelo", disse Slaviero.
Ele ponderou, porém, que a companhia não abandonará o atual processo de venda de Foz do Areia, que já foi iniciado. Segundo ele, isso será tocado em paralelo, para o caso de a privatização não ocorrer.
O CEO da Copel também não arriscou prever um prazo para que o governo consiga as aprovações necessárias para a privatização. O Estado precisa conseguir a aprovação de uma lei na assembleia legislativa local --o projeto de lei sobre o tema já foi encaminhado aos parlamentares-- e também conseguir o aval do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Questionado sobre eventuais melhorias operacionais que poderiam vir da privatização, Slaviero disse que isso ainda seria avaliado.
"Esse grupo que toca a empresa, que continuará tocando a empresa, imagina o que a gente pode fazer sem amarras. Vamos competir com a Eletrobras, esse é o tom", comentou.
O Paraná revelou na véspera a intenção de desestatizar a Copel por meio de uma oferta secundária de ações, em operação semelhante à realizada pela Eletrobras. A Copel se tornaria uma "corporation", sem controlador definido, com o governo paranaense permanecendo com participação de pelo menos 15% do capital social total da elétrica.
O BNDES, outro importante acionista da Copel, poderia acompanhar o "follow on" do Estado, embora as conversas para isso ainda não tenham sido iniciadas, disse Slaviero.
DESCARBONIZAÇÃO DA CARTEIRA
A Copel pretende alcançar 9 GW de potência em seu parque gerador em 2030, que será composto apenas por ativos das fontes hídrica (56% de participação no futuro), eólica (29%) e solar (15%).
Para isso, a elétrica deve desinvestir da usina Araucária (UEGA), uma termelétrica movida a gás natural que opera na modalidade "merchant", isto é, não tem contrato de comercialização de energia, recebendo receita com a liquidação da energia gerada no mercado de curto prazo.
Segundo executivos da Copel, a ideia é aproveitar que a Petrobras colocou à venda sua fatia de 18% na usina, de forma que potenciais interessados possam vir a comprar até a totalidade do ativo.
Outro desinvestimento previsto é o da Compagas, distribuidora de gás canalizado do qual a Copel detém 51%, tendo como sócias a Mitsui (24,5%) e a Commit, do grupo Cosan (24,5%).
Santana disse que a distribuidora está na reta final do processo de renovação de sua concessão por mais 30 anos, o que garante a atratividade do investimento para um novo comprador. A Copel acredita que pode realizar um leilão de venda da Compagas "entre 180 e 210 dias" após a renovação da concessão, acrescentou.
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