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Portugal cortará isenção fiscal de aposentados estrangeiros

Medida visa diminuir preços dos imóveis em meio a protestos por moradias

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Lisboa | AFP

Portugal vai deixar de conceder isenções fiscais a aposentados estrangeiros a partir de 2024, pois isso estaria contribuindo para o aumento dos preços do setor imobiliário em plena crise de moradia, anunciou o primeiro-ministro António Costa.

"Manter tal medida no futuro seria prolongar uma medida de injustiça fiscal injustificável e seria uma forma indireta de os preços do mercado imobiliário continuarem subindo", afirmou o chefe do governo socialista em entrevista à CNN Portugal na noite de segunda-feira (2), acrescentando que as isenções já concedidas permanecerão em vigor.

Protesto por moradia reuniu centenas de pessoas em Lisboa no último sábado (30) - Patricia de Melo Moreira/AFP

Criada em 2009 para os estrangeiros que vivem pelo menos metade do ano em Portugal, esta isenção concedida por dez anos foi total até 2020. Desde então, os recém-chegados puderam se beneficiar de uma taxa de imposto reduzida de 10%.

A medida, realmente efetiva após uma simplificação do procedimento em 2012, buscou atrair capital estrangeiro para o país, então totalmente mergulhado na crise da dívida.

Cerca de 10 mil pessoas se beneficiaram dela, a maioria aposentados franceses, britânicos e italianos, que se instalaram, sobretudo, na região de Lisboa, ou nas estações balneárias do Algarve (sul) e que contribuíram enormemente para o relançamento do mercado imobiliário.

O dispositivo era regularmente citado como um dos fatores da alta dos preços da habitação, assim como os chamados Golden Visa Portugal (ou Visto Gold) - permissões de residência concedidas a investidores ricos -, ou as vantagens fiscais para os "nômades digitais".

Entre 2012 e 2021, os preços de moradia aumentaram 78% em Portugal, em comparação com 35% no conjunto da UE (União Europeia), segundo um estudo da fundação portuguesa Francisco Manuel dos Santos.

No segundo trimestre de 2023, a renda média aumentou 11% no período de 12 meses, segundo dados oficiais publicados na semana passada. Neste contexto, milhares de portugueses saíram às ruas de Lisboa e de outras 20 cidades do país, no último sábado, para exigir uma ação mais forte do governo.

Entre as recentes medidas de contenção dos preços imobiliários adotadas pelo governo, estão o fim dos "vistos gold" e o aluguel obrigatório de apartamentos vazios há mais de dois anos nas regiões mais populosas.

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